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Tendência de oferta de emprego cai 3,4% em setembro, diz FGV

6 out 2015 - 13h01
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Foto: Fotos Públicas

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que mede a tendêndia de oferta de empregos em todo o país, recuou 3,4% em setembro, na comparação com agosto deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador chegou 62 pontos, o menor nível da série desde que a pesquisa foi iniciada, em outubro de 2012. 

O resultado sinaliza continuidade da tendência de piora do mercado de trabalho nos próximos meses: quanto menor a pontuação em relação a 100, maior é a tendência de queda da oferta de emprego.

Os indicadores que mais contribuíram para a forte queda do IAEmp foram os que medem a situação atual dos negócios para os próximos seis meses em dois setores: no de serviços, com queda de 5,6%, e na indústria, com variações de -4,1%. Os dados mostram que percepção de negócios do empresário está se deteriorando, o que provoca demissões. Em razão disso, segundo a FGV, o trabalhador de menor renda está sendo o mais afetado, já que o maior contingente de trabalhadores atua na área de serviços, e, em menor escala, na indústra.

A FGV apurou também variação do Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que voltou a subir em setembro (3,5%), depois de recuar 1,4% em agosto. O ICD, que mostra que o desemprego deve voltar a subir nos próximos meses, se baseia na percepção dos consumidores (e não das empresas) em relação ao mercado de trabalho.

Segundo o pesquisador da FGV, Rodrigo Leandro de Moura, o ICD piorou em setembro em todas as dimensões captadas pelas sondagens, tanto da indústria e dos serviços quanto do lado do consumidor, “indicando que a deterioração da economia é generalizada”.

De acordo com o pesquisador, “o ICD confirma que o desemprego deve continuar, com destaque para aqueles situados nas faixas de renda mais baixa e mais elevada”.

As classes que mais contribuíram para o crescimento do ICD em setembro foram as seguintes: de um lado, os consumidores com renda até R$ 2.100,00, cujo índice variou 3,2%; do outro, a dos que possuem renda superior a R$ 9.600,00, com variação de 5%. Segundo Leandro de Moura, a piora do mercado de trabalho que, de início, atingia as faixas de renda mais alta, agora está tomando outra direção: está chegando às classes de salários mais baixos. Como a inflação está mais alta, esse gupo começa a sentir mais a crise. 

O IAEmpo se baseia em resultados de sondagens feitas pela FGV em setembro nos setores da indústria de transformação, de serviços e sondagens do consumidor nas capitais do país: foram ouvidos dirigentes de 1.130 indústrias e de 2.052 empresas de serviços. No caso do ICD, a FGV usa somente a sondagem do consumidor: foram ouvidas 2300 pessoas. 

Agência Brasil Agência Brasil
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