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Importação chinesa de petróleo do Irã cai; Arábia tem recorde

MERCADOS - Matérias Primas

21 mar 2012 - 11h01
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A China reduziu suas importações de petróleo do Irã quase pela metade em fevereiro, ante os níveis de dezembro, para pressionar Teerã em uma disputa de contrato, enquanto aumenta suas compras da Arábia Saudita, rival do Irã, a um nível recorde para cobrir a brecha.

Fevereiro é o primeiro mês que reflete a escala completa dos cortes nas importações chinesas do petróleo iraniano, após a refinaria Sinopec Corp ter decidido, em dezembro, reduzir suas compras em uma tentativa de forçar os iranianos a recuarem ante seus termos mais rígidos, que propuseram para o contrato de 2012.

As importações de fevereiro de cerca de 290 mil barris por dia são cerca de metade dos 572.800 bpd de dezembro, 41% abaixo do nível de janeiro e 40% inferior ante fevereiro de 2011, segundo dados da Administração Geral da Alfândega da China divulgados na quarta-feira, em linha com grande parte dos relatórios anteriores da Reuters.

A forte queda nas importações chinesas aumenta a pressão do mercado sobre o Irã, que enfrenta sanções da União Europeia e dos Estados Unidos sobre seu programa de enriquecimento nuclear. O Ocidente teme que isso possa levar a armas nucleares, enquanto o Irã diz que o programa é destinado à geração de energia.

Os Estados Unidos isentaram na terça-feira o Japão e 10 países da UEdas sanções financeiras, pois eles reduziram significativamente suas compras de petróleo iraniano. Mas deixou os maiores consumidores do Irã, China e Índia, expostos à possibilidade de tais medidas.

O nível de 491 mil bpd registrado em janeiro absorveu uma pequena parte dos cortes previstos por causa do atraso devido à viagem do petroleiro de cerca de três semanas entre o Irã e portos chineses.

Importações recordes na Arábia

A China impulsionou as importações da Arábia Saudita, único grande produtor de petróleo com uma quantidade significativa de capacidade ociosa, para um recorde de 1,39 milhão de bpd em fevereiro, 260 mil bpd acima de janeiro e quase 40% acima do nível do ano anterior.

O ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, disse que o reino havia atendido todos os pedidos de seus clientes pela commodity e reafirmou estar pronto para elevar a produção à plena capacidade, de 12,5 milhões de bpd, caso necessário.

As importações chinesas recordes da Arábia Saudita também estão amplamente em linha com comentários de fontes do setor, de que o maior exportador mundial de petróleo tem fornecido cerca de 200 mil bpd de óleo extra para a Ásia, cuja maior parte foi destinada para a China. Riad também elevou os embarques para os Estados Unidos para o nível mais alto desde meados de 2008.

A Sinopec reduziu as importações iranianas até o primeiro trimestre deste ano para protestar contra condições mais duras de pagamento e preços mais elevados propostos por Teerã, segundo relatou à Reuters.

De acordo com um contrato anual, concluído no final de fevereiro após quase três meses de negociações, a China vai comprar entre 10% e 15% menos petróleo do Irã este ano, em relação a 2011, com os cortes já realizados principalmente nos primeiros três meses, disse um executivo chinês com conhecimento direto sobre o acordo.

O forte recuo em fevereiro tirou a classificação do Irã de sétimo maior fornecedor da China,ante o terceiro lugar no ano passado. A China, segundo maior consumidor mundial de petróleo, é parceira do Irã e maior cliente do petróleo, comprando até 20% do total das exportações da República Islâmica.

Fonte: Reuters News
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