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Governo não prevê mais medidas de ajuste, diz ministro

Nelson Barbosa (Planejamento) disse que o ajuste fiscal é o primeiro passo para a retomada do crescimento econômico

6 mar 2015 - 14h52
(atualizado às 14h53)
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<p>Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa</p>
Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O governo não prevê agora mais medidas de ajuste fiscal, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, num momento em que o clima tenso no Congresso coloca em dúvida o fôlego das iniciativas já anunciadas para reequilibrar as contas públicas.

Após o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ter rejeitado nesta semana medida provisória que reduzia a desoneração sobre a folha de pagamentos para vários setores da economia, Barbosa disse nesta sexta-feira que o Brasil conta com lideranças políticas capazes de coordenar um apoio ao ajuste fiscal, visto por ele como o primeiro passo para a retomada do avanço econômico.

"A nossa classe política tem capacidade de administrar os conflitos, administrar as diferentes opiniões e produzir um consenso capaz de recuperar o crescimento e enfrentar essas dificuldades", afirmou Barbosa, acrescentando que "agora é hora de união e de superação".

Participando de um evento da Câmara de Comércio França Brasil em São Paulo, o ministro dedicou boa parte de sua palestra justificando as medidas de ajuste fiscal anunciadas até agora, defendendo que elas fazem parte de um processo natural de aperfeiçoamento de benefícios, e que no médio prazo "vão liberar mais recursos para outros programas sociais".

À plateia, Barbosa afirmou que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB é factível e que tão importante quanto cumpri-la é a forma como isso está sendo feito, buscando um resultado positivo nas contas do País também nos próximos anos.

Apesar de afirmar que não há, por ora, previsão de novas medidas para ajudar o governo a alcançar esse objetivo, Barbosa ressalvou que "o plano de voo é periodicamente ajustado para cumprir as metas estabelecidas".

Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também adotou um tom conciliador ao falar dos embates de parlamentares com o poder Executivo, afirmando em entrevista à Folha de S. Paulo que "o Congresso tem um papel fundamental na estabilidade do País e vai saber conduzir esse movimento, até porque sua liderança já deu mostras disso".

Câmbio

Diante da alta consecutiva do dólar nas últimas sessões, Barbosa também afirmou nesta sexta-feira que o governo não vê descontrole com câmbio.

"Não é uma depreciação que causa nenhum descontrole, é simplesmente a mudança de patamar da taxa de câmbio que tem um efeito restritivo no curto prazo - afeta a inflação, afeta o crescimento -, mas tem um efeito positivo no médio prazo, ao recuperar a competitividade da indústria", disse Barbosa.

O ministro reforçou que o governo não trabalha com uma meta de câmbio e que atua apenas para administrar a volatilidade da moeda norte-americana.

Nesta sessão, a divisa chegou a atingir nova máxima em 11 anos, acima do patamar de 3 reais.

Além de persistirem preocupações sobre o futuro do ajuste das contas públicas brasileiras, dados melhores que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos ajudavam a embalar o dólar nesta manhã, em meio a apostas de que os juros devem começar a subir em breve na maior economia do mundo.

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