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Governo central registra pior déficit primário da história

Em setembro, o déficit do Tesouro, Banco Central e Previdência Social atingiu R$ 20,399 bilhões

31 out 2014 - 11h41
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No acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros ficou negativa em R$ 15,706 bilhões
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 20,399 bilhões em setembro, pior resultado da série histórica, influenciado por menores receitas e por gastos com 13º salário de aposentados e pensionistas.

No acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros ficou negativa em R$ 15,706 bilhões, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira, no vermelho pela primeira vez também na série histórica, iniciada em 1997.

A meta do governo central deste ano é de R$ 80,8 bilhões neste ano. Para tentar cumpri-la, seriam necessários superávits primários mensais de mais de R$ 30 bilhões entre outubro e dezembro.

A política fiscal tem sido fortemente criticada por agentes econômicos pela falta de transparência e, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), existe a expectativa de que mudanças podem vir como parte de uma política econômica ampla diferente.

Um dos sinais veio nesta semana do Banco Central, que surpreendeu ao elevar a Selic, citando a piora nos riscos de inflação. Uma das preocupações do governo é evitar rebaixamento na classificação de risco do País.

O resultado de setembro dificulta ainda o cumprimento da meta de superávit primário para o ano, de R$ 99 bilhões para o setor público consolidado (governo federal, Banco Central e Previdência), colocando a necessidade de o governo alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 para alterar o alvo fiscal.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que o resultado de setembro é crucial para mudar a meta do ano e disse que vai mandar um decreto para alterar a meta do superávit primário de 2014 na LDO, sem informar, no entanto o novo patamar.

Menos receitas e mais gastos

Segundo o Tesouro, as receitas líquidas do governo central ficaram em R$ 77,725 bilhões, 5,7% abaixo de agosto. No acumulado do ano, somaram R$ 39,479 bilhões de reais até agosto, com alta de 6,4% sobre igual período de 2013, num cenário de economia fraca.

Já as despesas atingiram R$ 98,125 bilhões em setembro, 5,6% maiores frente ao mês anterior. De janeiro a setembro, somaram R$ 755,185 bilhões, 13,2% acima de igual período de 2013.

Em setembro, o Tesouro registrou déficit de R$ 6,764 bilhões e a Previdência Social saldo negativo de R$ 13,642 bilhões, num resultado influenciado pelo pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.

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