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Geração de energia a partir do lodo ganha impulso no Brasil

23 out 2012 - 07h05
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O projeto mais bem-sucedido do país na tentativa de obter energia elétrica a partir do biogás gerado em estações de tratamento de esgoto teve início em Belo Horizonte, no estado mineiro. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) já conta com uma termelétrica de cogeração de energia em fase pré-operacional funcionando na Estação de Tratamento de Esgoto do Arrudas.

Copasa possui termelétrica para geração de energia a partir do funcionando em Belo Horizonte
Copasa possui termelétrica para geração de energia a partir do funcionando em Belo Horizonte
Foto: Divulgação


"Já estamos produzindo cerca de 800 kg/h. Em pouco tempo estaremos a todo vapor", afirma Marcelo Gaio, superintendente de Gestão de Energia da Copasa, que realizou parcerias com consultorias e, principalmente, com universidades para buscar a tecnologia ideal para gerar energia através do lodo, processo comum em vários países da Europa.



O processo de geração de energia elétrica funciona da seguinte forma: durante o tratamento do esgoto, o metano produzido nos biodigestores é canalizado para a termelétrica gerando calor nas turbinas, além de aquecer o lodo utilizado na reação anaeróbica. "O potencial de geração de energia é pequeno se comparado a outras culturas. Nunca será possível, por exemplo, exportar ou vender energia gerada em estações de tratamento de esgoto. Mas para economia interna o projeto é de grande importância", afirma Gaio.



Quando as turbinas da Estação de Tratamento de Esgoto do Arrudas estiverem funcionando 100%, a economia no consumo de energia elétrica da planta chegará a 90%. "É um número formidável. E tem mais um detalhe importante: a usina vai também economizar em outras ações, pois não precisará pagar o custo de transporte deste lodo, que será queimado para gerar energia", explica Gaio.



Segundo a Copasa, o investimento no projeto foi de cerca de R$ 64 milhões, que terá retorno a médio prazo. Quando começar a operar a todo vapor, a Estação alcançará a meta de 2.4 megawatts, o que irá representar uma economia para a empresa de R$ 2,7 milhões por ano. "Nós vamos levar o projeto para outras estações de tratamento da Copasa. Já estamos bem adiantados na estação de Ibirité", exemplifica Gaio.



Experiências similares, em menor escala, também ocorrem em outros Estados brasileiros. Em Foz do Iguaçu (PR), a Estação de Tratamento de Esgoto de Ouro Verde, da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), implantou um programa experimental em 2008 e já começa a dar resultados. "Acho que em um futuro próximo, toda estação de tratamento de esgoto irá produzir sua própria energia elétrica. É assim em vários países da Europa e pode ser repetido com êxito no Brasil", afirma Gaio.



Economídia
Especial para o Terra
Fonte: Terra
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