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Fundos soberanos do Catar diminuem foco de investimentos na Europa, dizem fontes

1 mai 2016 - 13h45
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Os fundos soberanos do Catar estão reduzindo o foco de seus investimentos na Europa e pondo mais recursos com administradores externos, a partir de uma revisão interna, disseram à Reuters com conhecimento sobre o tema.

A Autoridade de Investimentos do Catar, em uma estimativa do Instituto de Fundos Soberanos, tem hoje 256 bilhões de dólares em ativos, e é conhecido por ser um investidor agressivo em ativos europeus de alto nível, como a loja de departamentos Harrods, em Londres, o Credit Suisse e a Volkswagen.

Mas essa revisão, feita depois da queda brusca nos preços de alguns ativos europeus e da diminuição dos preços do petróleo e do gás - que reduziram as receitas de importação do Catar -- levou à compreensão de que o país comprometeu demasiados recursos na Europa e deve colocar ênfase menor em investimentos diretos, dizem as fontes.

Em vez disso, os fundos estão colocando mais recursos com administradores externos, que foram orientados a fazer investimentos distribuídos globalmente, mas particularmente na Ásia e nos Estados Unidos.

As fontes, que conhecem o tema por ter ligações empresariais com o fundo, não quiseram ser identificadas por razões comerciais. A agência de relações públicas que representa os fundos não quis comentar.

As fontes informaram que uma das principais razões das mudanças determinadas pelos fundos foi a performance ruim dos investimentos na Volkswagen e na importadora e exportadora Glencore.

Ações na Volkswagen, empresa na qual os fundos são o terceiro maior acionista, com 17 por cento, caíram 52 por cento desde o seu pico em março de 2015, depois da empresa ter sido pega falsificando testes de emissão de gases poluentes.

Os fundos possuem 9 por cento da Glencore, mas as ações caíram 49 por cento desde seu pico em 2015 por causa de suspeitas sobre sua habilidade de lidar com os baixos preços internacionais dos minérios.

"Os dias de enormes investimentos dos fundos estão contados", diz uma das fontes. Ainda assim, afirma a fonte, não há sinais de que serão reduzidos os investimentos em empresas como Volkswagen ou Glencore.

Duas das fontes afirmaram que os fundos planejam reforçar seu envolvimento em "investimentos responsáveis", um estilo de gerenciamento de ativos que põe ênfase na proteção do meio ambiente, consumidores e direitos humanos.

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