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Ferro brasileiro perde espaço para australiano na China

O minério de ferro tem sido nos últimos anos o principal produto de exportação do Brasil

22 out 2014 - 18h50
(atualizado às 18h51)
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<p>Vale, a mineradora brasileira divulga seu relatório de produção do 3º trimestre na manhã de quinta-feira</p>
Vale, a mineradora brasileira divulga seu relatório de produção do 3º trimestre na manhã de quinta-feira
Foto: Sergio Moraes / Reuters

As importações chinesas de minério de ferro do Brasil cresceram 13% no acumulado do ano até o final de setembro, enquanto os desembarques do produto da Austrália na China aumentaram 33,5%, indicando que o produto brasileiro perdeu participação no principal mercado global da commodity.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela alfândega da China. Ainda de acordo com o órgão chinês, as importações totais chinesas cresceram 16,5% no acumulado do ano, em um momento que as maiores mineradoras australianas aumentam a extração em ritmo mais forte que a brasileira Vale, a maior produtora global de minério de ferro.

O total importado de minério de ferro da Austrália pela China somou no período 406 milhões de toneladas, 58% do total das cerca de 700 milhões de toneladas desembarcadas no maior importador global no ano até setembro.

Enquanto isso, o volume de compras do produto brasileiro pelos chineses - exportado majoritariamente pela Vale - somou aproximadamente 125 milhões de toneladas, de janeiro a setembro, ou 17,9% do total importado pelos chineses.

No mesmo intervalo de 2013, a China havia importado 600 milhões de toneladas, com a Austrália fornecendo 304 milhões de toneladas (participação de 51% do total) e o Brasil 111 milhões (18,4% do total), segundo o mesmo órgão do governo chinês.

Vale x Rio Tinto e BHP

Esse aumento de participação do minério da Austrália, maior exportador global, no mercado chinês ocorre em um momento em que as mineradoras Rio Tinto e BHP ampliam a produção em ritmo mais forte do que a Vale.

A mineradora brasileira divulga seu relatório de produção do 3º trimestre na manhã de quinta-feira.

<p>A Citi Research prevê que a produção de minério de ferro da Vale deverá recuar 2 milhões de toneladas no 3º trimestre em relação ao mesmo período do ano passado</p>
A Citi Research prevê que a produção de minério de ferro da Vale deverá recuar 2 milhões de toneladas no 3º trimestre em relação ao mesmo período do ano passado
Foto: Yusuf Ahmad / Reuters

A Vale planeja elevar a produção em 2014 em 4%, para 312 milhões de toneladas, ante aproximadamente 300 milhões em 2013, quando a empresa registrou um recuo de 3% em sua extração anual, por restrições na capacidade de transporte do commodity em Carajás, no Pará, além de chuvas fortes em minas do Sudeste.

Já a anglo-australiana Rio Tinto, que divulgou seus dados do 3º trimestre, aumentou em 12,4% a produção de minério de ferro no período, e reafirmou a sua meta de elevar em 11% sua extração em 2014, para 295 milhões de toneladas.

E a BHP planeja aumentar sua produção de minério de ferro para 245 milhões de toneladas no ano financeiro vigente, ante 225 milhões de toneladas do período 2013/14 (alta de 9%). A empresa espera ampliar a produção para 290 milhões de toneladas nos próximos anos.

<p>O total importado de minério de ferro da Austrália pela China somou no período 406 milhões de toneladas</p>
O total importado de minério de ferro da Austrália pela China somou no período 406 milhões de toneladas
Foto: David Gray / Reuters

O minério de ferro tem sido nos últimos anos o principal produto de exportação do Brasil.

Citi prevê mais quedas

A propósito, relatório do Citi Research desta semana prevê que a produção de minério de ferro da Vale (incluindo pequenos volumes da Samarco, joint venture da Vale e BHP) deverá recuar 2 milhões de toneladas no 3º trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 84 milhões de toneladas.

A queda na produção da Vale ocorreria em um período em que o preço de exportação do minério de ferro do Brasil atingiu mínimas de mais de quatro anos, sob influência do mercado global, pressionado pelo aumento expressivo da oferta, especialmente das companhias australianas.

Procurada, a Vale informou por meio de sua assessoria de imprensa que não comenta as informações, e lembrou que os números sobre vendas para a China serão conhecidos na divulgação de resultados do 3º trimestre, agendada 30 de outubro.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as mineradoras do país, também não fez imediatamente comentários sobre o assunto.

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