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EXCLUSIVO-CSN questiona contratos entre Usiminas e Nippon Steel, dizem fontes

27 abr 2016 - 20h14
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A CSN encaminhou uma petição à Justiça em que alega que a Nippon Steel prejudicou as finanças de sua controlada Usiminas por meio de forte crescimento no volume de negócios com a siderúrgica brasileira, que atingiram 19 bilhões de reais em 2014, afirmaram fontes com conhecimento do assunto.

Foto: Reuters

De acordo com a petição, o montante de contratos entre a siderúrgica mineira e subsidiárias da Nippon Steel subiu 10 vezes entre 2010 e 2014, segundo as fontes.

O material foi enviado à Justiça na segunda-feira e adicionado a um processo já aberto pela CSN, que é a principal acionista minoritária da Usiminas.

O documento tem como objetivo a suspensão dos efeitos da assembleia de acionistas que aprovou em 18 de março um aumento de capital de 1 bilhão de reais na Usiminas com garantia de exercício dada pela Nippon Steel.

Segundo as fontes, a petição da CSN alega também que unidades de produção da Usiminas não teriam se beneficiado de contratos envolvendo transferência de tecnologia e equipamentos da Nippon Steel.

O processo alega que a o grupo Techint, o outro controlador da Usiminas, permitiu à Nippon Steel ampliar contratos com a siderúrgica em troca de manter o poder na gestão da companhia, disseram as fontes.

A Nippon Steel não comentou o assunto, mas afirmou que a companhia "sempre incorporou inovações tecnológicas na Usiminas ao longo do tempo, contribuindo para a qualidade dos produtos exportados pela Usiminas". A Techint não se pronunciou de imediato e a CSN não comentou o assunto.

O processo aberto em Minas Gerais faz parte do esforço da CSN para ter maior influência sobre a Usiminas, que está em grave situação financeira e enfrentando um mercado interno de aço deprimido e a disputa societária entre Nippon Steel e Techint.

PERFORMANCE FRACA

A CSN detém 14,1 por cento das ações ordinárias e 20,7 por cento dos papéis preferenciais da Usiminas, o que a torna um dos quatro principais acionistas da produtora de aços planos. O valor original do investimento de 3 bilhões de reais feito pela CSN na rival em 2011 recuou 85 por cento desde então.

Nesta quarta-feira, o plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou decisão que permite à CSN indicar dois conselheiros para a Usiminas, apesar de recursos contrários apresentados pela própria siderúrgica e pelos grupos Nippon e Techint.

A performance fraca da Usiminas ao longo dos últimos dois anos é um sinal de que a estratégia seguida pela gestão da empresa apoiada pela Nippon Steel não tem surtido efeito, disseram as fontes.

Entre as siderúrgicas brasileiras com ações em bolsa no país, a Usiminas foi a única a divulgar prejuízo operacional para o quarto trimestre do ano passado. A companhia, cuja dívida está crescendo mais rápido que de rivais, também tem o menor conjunto de possibilidades para levantar capital, segundo analistas.

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