Entenda como a taxa Selic interfere no seu dia a dia
Para regular a inflação, o Banco Central determina a variação, que influencia diretamente os preços de mercado
Em 2015, ela virou destaque entre as notícias da área econômica, ainda que não seja exatamente por um bom motivo: em alta, a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) preocupa o Governo Federal e a população, que sofre os seus efeitos no bolso.
Mas, afinal, você sabe por que ela é tão importante? Também conhecida como a taxa básica de juros do País, ela serve de referência para todas as outras, desde as utilizadas em empréstimos até em investimentos, como é o caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Como a Selic é definida
Depois de períodos de taxa Selic em baixa, entre 2009 e 2010 e depois em 2012 e 2013, a economia do País começou a mostrar os sinais de fraqueza que podemos perceber hoje, explica o economista Matheus Gonzalez. Além do baixo crescimento, a inflação cresceu e tornou o consumo mais caro.
Quando um cenário como esse aparece, o Banco Central entra em cena e, a partir da atuação do Comitê de Política Monetária (Copom), determina qual vai ser a meta da Selic. O objetivo é controlar a inflação e manter a instabilidade econômica longe. “A decisão do comitê é sempre baseada no cenário de inflação que estamos vivenciando. Em cenário de inflação elevado, a taxa Selic é elevada para ‘frear’ a economia, e em um cenário oposto, de baixa inflação, ela é reduzida, como forma de estimular a economia”, exemplifica o economista.
No momento econômico atual do Brasil, a estratégia do Copom é aumentar a meta da Selic. O resultado é a diminuição do poder de compra, que contém o excesso de demanda e evita uma pressão para que os preços subam ainda mais.
Sabe aquela sensação de ir ao mercado, gastar mais do que devia, mas sair com as sacolas quase vazias? É aqui que todo esse processo, que até então parece distante, afeta você.
Por outro lado, a medida também pode ser positiva. Tudo depende da sua estratégia no mercado financeiro. Com a taxa em alta, lembra Gonzalez, o Governo Federal também paga mais caro para financiar suas contas.
Como boa parte da dívida é sustentada pelos títulos públicos do Tesouro Direto, vendidos aos próprios brasileiros, outro efeito da Selic em alta é uma margem de lucro maior para quem investe.
4 dicas para driblar a alta dos juros
Com o poder de compra reduzido, o maior risco para o consumidor é acabar entrando para a lista de endividados. A saída é tomar alguns cuidados básicos e se prevenir:
1. Só busque empréstimos e soluções de crédito caso realmente não exista outra alternativa. Se for necessário, prefira opções com juros mais baixos, como o empréstimo consignado.
2. Anote os seus gastos e faça o controle permanente das finanças. Assim, fica mais fácil diminuir as despesas e manter o orçamento em equilíbrio.
3. Diminua os almoços e lanches fora de casa. Eles podem custar mais caro do que você imagina.
4. Acumule uma reserva de dinheiro para imprevistos, como desemprego ou problemas de saúde.