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Empresário traz conceito de loja de 'salgados de parede' e quer virar franquia

3 abr 2013 - 05h51
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A região da rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, é famosa em todo o País por ser um local de intenso comércio popular e com grande movimentação de pessoas. Foi ali, no meio de um vai e vem alucinado, que o empresário Marcus Vinicius de Lima decidiu montar as primeiras unidades da Quickies - uma lanchonete fast-food que aposta em um diferencial: uma prateleira self-service de salgados voltados para a rua. Atualmente, o empresário possui três lojas - todas localizadas na 25 de Março - região considerada o principal pilar do marketing 'boca-boca' da empresa. Além disso, Marcus já oferece franquia como opção para aqueles que quiserem fazer parte do negócio.

O empreendimento desse paulistano de 46 anos tem inspiração europeia. Em 1986, Marcus Vinicius decidiu se mudar dos EUA, onde morava, para a Holanda - país de sua ex-mulher. No continente europeu, viu pela primeira vez uma unidade da Febo - franquia que comercializa salgados em máquinas - na qual os próprios consumidores depositavam o dinheiro e pegavam o alimento.

Em 2006, decidiu retornar ao Brasil, onde iniciou um projeto para lançar uma empresa similar à encontrada na Europa. Em cinco anos, foram investidos cerca de R$ 8 milhões em todo o projeto, até que a primeira unidade da Quickies ser aberta na capital paulista. "O brasileiro se adapta a todas as coisas. As máquinas atingem todo tipo de nível social, de A a Z e idades de 0 a 100. Eu achava que pessoas mais idosas não iriam se dar bem com a máquina, mas elas trocam as moedas e consomem também", afirmou Lima.

O projeto é, de certa forma, simples. Apesar de a máquina aceitar apenas moedas, o cliente pode trocar as cédulas em um dispositivo que fica na entrada do local. Após depositar o valor do salgado escolhido, que varia entre R$ 1,50 e R$ 2,50, o compartimento selecionado se abre e o próprio cliente retira o alimento.

De acordo com Marcus Vinicius, todo salgado é frito na própria loja (os assados ainda serão lançados) e colocado nas cabines - que têm temperatura de até 70ºC e que, segundo ele, elimina qualquer possível microrganismo existente na máquina. Além disso, há um timer que a cada 15 minutos indica a troca dos produtos. Segundo ele, caso não seja vendido nesse período de tempo, o alimento é obrigatoriamente descartado.

Uma vez por dia, um funcionário passa recolhendo o dinheiro arrecadado com as vendas nos dispositivos eletrônicos. Lima afirma que, dependendo da localização da unidade, é possível vender de 1,5 mil até 1,8 mil salgados no dia e de 30 mil a 50 mil unidades por mês.

Porém, a venda de salgados self-service é apenas uma parte do negócio: as lojas contam ainda com balcões comuns de lanchonetes. Por isso, quem acha que a máquina é a responsável pelo maior percentual de faturamento da empresa, se engana. Cerca de 60% do valor registrado na loja vem das vendas do balcão - que funciona como qualquer outra lanchonete e comercializa outros salgados, sucos, cafés, sobremesas, etc.

"A máquina faz um trabalho muito bom e ajuda no faturamento, ela pega as pessoas que estão passando na rua e não querem falar com ninguém. Essa pessoa quer apenas comer um salgado e ir embora, não quer sentar. Já o balcão tem de tudo", disse. O empresário afirma que a máquina da Quickies não é o principal produto, mas sim um meio de venda e chamariz para os demais atrativos.

Dificuldades

Para emplacar a rede de lojas, a Quickies terá que enfrentar algo recorrente dentre as reclamações do empresariado brasileiro: a falta de mão de obra qualificada. "A mão de obra é o meu maior desafio. É difícil você encontrar pessoas qualificadas para trabalhar em fast-food. Esse tipo de restaurante só não cresce mais rápido no Brasil porque a mão de obra daqui é terrível", afirma o empresário que passou 20 anos morando fora do País.

Mesmo assim, Marcus afirma que a empresa necessita de cerca de 50% menos funcionários do que as lanchonetes tradicionais.

Franquias

O projeto da Quickies no Brasil não ficará restrito apenas às lojas do próprio empresário. A franquia da marca já pode ser assinada por R$ 200 mil para lojas de pequeno e médio porte, as chamadas 'Pocket' (de 15 metroas quadrados a 30 metros quadrados) e 'Counter' (40 metros quadrados a 60 metros quadrados). As chamadas 'Shop' (de 60 metros quadrados a 150 metros quadrados) ainda não têm o preço de franquia definido. Além disso, há a participação de royalties (6% do faturamento bruto), marketing (2% sobre o faturamento bruto) e o aluguel das máquinas - cada loja possui, em média, oito - que custam R$ 250 por mês.

O faturamento por loja, segundo Marcus, varia entre R$ 70 mil e R$ 120 mil por mês e dão um retorno líquido de 15% a 20%, dependendo da localização e do movimento da unidade. Já há quatro processos de abertura para unidades da Quickies em São Paulo.

Para Marcus Vinicius, a qualidade do produto, o preço, a rapidez e a higiene dos salgados (já que não há manuseio dos balconistas) farão com que nos próximos três anos, 100 lojas da franquia Quickies sejam abertas - com expectativa de 160 unidades em 2018.

A Quickies possui uma prateleira self-service de salgados voltados para a rua
A Quickies possui uma prateleira self-service de salgados voltados para a rua
Foto: Bruno Santos/Terra
Fonte: Terra
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