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Embraer recebe pedido da American Airlines para 60 aviões por US$ 2,5 bi

O pedido também envolve opções de compra para outras 90 aeronaves do mesmo modelo, podendo levar a o valor total do acordo a US$ 6 bilhões

12 dez 2013 - 11h10
(atualizado às 17h53)
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<p>O pedido também envolve opções de compra para outras 90 aeronaves E175</p>
O pedido também envolve opções de compra para outras 90 aeronaves E175
Foto: Divulgação

A Embraer recebeu da americana American Airlines um pedido de encomendas firmes por 60 aviões E175, um negócio estimado em US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 5,75 bilhões) a preços de tabela.

O pedido - anunciado por ambas as empresas nesta quinta-feira - também envolve opções de compra para outras 90 aeronaves do mesmo modelo, podendo levar a o valor total do acordo a aproximadamente US$ 6 bilhões.

O pedido firme será incluído na carteira de pedidos firmes da Embraer do quarto trimestre deste ano, sendo que as entregas estão previstas para começar no primeiro trimestre de 2015. A fabricante brasileira registrava, ao fim de setembro, uma carteira de pedidos firmes de US$ 17,8 bilhões.

A American Airlines - controlada pela AMR Corp, que passa por um processo de fusão com a US Airways para sair da concordata - também anunciou uma encomenda com a principal rival da fabricante brasileira, a canadense Bombardier. O pedido para a Bombardier, porém, é menor que o feito para a Embraer: envolve 30 aviões CRJ900, avaliados em US$ 1,42 bilhão, e com opção de compra de até mais 40 unidades, o que elevaria o valor total da transação para US$ 3,38 bilhões.

Recompra

O contrato para a venda de até 150 novos aviões E175 para a American Airlines (AA) não inclui acordo de recompra de jatos antigos da frota da companhia aérea americana, uma preocupação de alguns analistas pelo efeito que isso teria nas margens da empresa brasileira. Importantes companhias aéreas dos Estados Unidos anunciaram, desde o fim de 2012, grandes encomendas de aeronaves na faixa de 70 lugares para substituição e renovação de suas frotas de jatos regionais menores. Mas pelo menos um desses contratos previa a recompra de aeronaves antigas da companhia aérea pela fabricante.

A canadense Bombardier, principal rival da Embraer, fechou há um ano acordo para venda de até 70 aviões à Delta Air Lines, assumindo o compromisso de receber de volta 60 aviões usados de 50 passageiros que foram fabricados por ela. Desde então, cada anúncio de venda de jatos regionais a empresas aéreas dos EUA levanta temores entre analistas em relação às contrapartidas oferecidas pelas fabricantes para assegurarem os novos contratos.

Descontos?

A preços de tabela, o pedido firme da AA à Embraer tem valor estimado de US$ 2,5 bilhões, podendo superar os US$ 6 bilhões com o exercício das opções de compra. A equipe do banco Itaú BBA liderada pelo analista Renato Salomone estima que a encomenda firme da AA à fabricante brasileira é de US$ 1,5 bilhão, considerando preços similares aos estimados pela casa nos últimos negócios do setor de aviação regional nos EUA.

O analista Trent, da Citi Research, também acredita em descontos expressivos. Entre outras razões, ele lembra que a AA já encomendou indiretamente 47 aviões E175 à Embraer via Republic Airways mais cedo neste ano. Procurada, a Embraer disse que não comenta sua política de preços para clientes específicos e divulga apenas os preços de tabela de seu portfólio de produtos.

Para o banco BTG Pactual, o desconto de preço nas grandes encomendas e o aumento da relevância do E175 na composição das entregas de jatos da Embraer devem pesar sobre as margens do segmento de aviação comercial da empresa no curto prazo. O E175 tem valor unitário inferior ao E190, de 100 passageiros e que nos últimos anos respondeu pela maioria das entregas da fabricante na aviação comercial. O BTG Pactual recomenda a compra das ações da Embraer, enquanto Itaú BBA e Citi Research têm posição neutra.

As ações da Embraer chegaram a subir 6,3% no começo do pregão na Bovespa, reagindo ao anúncio do pedido da AA, mas a alta reduziu a força na segunda metade do pregão. No fechamento preliminar, os papéis da empresa tinham alta de apenas 0,40%, a R$ 17,76, enquanto o Ibovespa exibia oscilação negativa de 0,06%.

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