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Dólar sobe para R$ 3,15, maior nível em quase dois meses

Moeda norte-americana foi pressionada por preocupações com a Grécia, alta de juros nos Estados Unidos e incertezas sobre o ajuste fiscal

26 mai 2015 - 18h06
(atualizado em 27/5/2015 às 09h34)
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Dólar teve alta de 1,68% nesta terça-feira
Dólar teve alta de 1,68% nesta terça-feira
Foto: Soe Zeya Tun (MYANMAR - Tags: BUSINESS) / Reuters

O dólar fechou esta terça-feira no maior nível ante o real desde o início de abril, pressionado pelo quadro externo de preocupações com a Grécia e com a possibilidade de alta dos juros nos Estados Unidos e pelas incertezas internas sobre o futuro do ajuste fiscal no Brasil.

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A moeda norte-americana subiu 1,68%, a R$ 3,1500 na venda, maior patamar desde 1º de abril de 2015, quando foi a R$ 3,1725 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,7 bilhão.

As atenções continuavam voltadas para os problemas envolvendo a dívida grega e para a possibilidade de um aumento de juros ainda neste ano nos EUA. Uma série de dados econômicos positivos divulgados nesta manhã também forneceram mais sinais de recuperação após uma leva recente de dados mistos.

Além disso, "declarações confiantes tanto da chair do Fed, (Janet) Yellen, quanto do vice chair do Fed, (Stanley) Fischer, estão reforçando expectativas de normalização da política monetária", acrescentou a equipe de estratégia do Scotiabank em nota a clientes.

Os números levaram o dólar a se fortalecer globalmente, avançando mais de 1% em relação a uma cesta de divisas. No Brasil, no entanto, o movimento foi mais intenso do que em seus pares latino-americanos, refletindo o quadro de cautela diante das incertezas ligadas à perspectiva fiscal.

O Senado deve votar nesta terça-feira as Medidas Provisórias 664 e 665, que modificam as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários e integram o ajuste fiscal. O governo tem enfrentado dificuldades para garantir a aprovação das medidas de reequilíbrio das contas públicas, o que levou investidores a adotarem uma postura defensiva.

"Quando os mercados externos têm um dia ruim, nós temos um dia péssimo", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

O operador da corretora Correparti João Paulo de Gracia Corrêa ressaltou ainda que conversas no mercado sobre atritos dentro do governo em torno das medidas de cortes de gastos contribuíam para o quadro de incertezas. "O resultado é volatilidade", disse.

Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a US$ 6,697 bilhões, ou cerca de 70% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Planejadores avaliam alternativas para comprar dólares:
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