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Dólar sobe e fecha no maior nível desde agosto

A moeda americana avançou 0,42% nesta quarta-feira, a R$ 2,3890 na venda, perto da máxima do dia de R$ 2,3928; é a maior cotação de fechamento desde 22 de agosto

4 dez 2013 - 17h45
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A moeda americana avançou 0,42% nesta quarta-feira, a R$ 2,3890 na venda, perto da máxima do dia de R$ 2,3928. É a maior cotação de fechamento desde 22 de agosto, quando ficou em R$ 2,4320. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em torno de US$ 1,15 bilhão.

O dólar fechou na máxima em mais de três meses, acelerando os ganhos nos minutos finais do pregão com investidores testando o nível de R$ 2,40, sob a expectativa de quando a redução dos estímulos monetários dos Estados Unidos começará.

Segundo analistas, a tendência para a divisa americana ainda é de alta, e deve voltar a superar o nível de R$ 2,40 em breve. O dólar operava pouco acima desse patamar quando o Banco Central anunciou em agosto seu programa de intervenções diárias no câmbio, que ajudou a reverter a tendência de valorização do dólar.

"O mercado está muito sensível, num fim de ano complicado. Tem sazonalidade com remessa de dividendos, tem expectativa de redução dos estímulos nos EUA", afirmou o especialista em câmbio da Icap, Italo dos Santos.

A criação do emprego no setor privado dos Estados Unidos mostrou que foram abertos 215 mil postos de trabalho em novembro, superando as expectativas de economistas consultados pela Reuters de um aumento de 173 mil.

O resultado sugere atividade econômica mais forte nos EUA, favorecendo as apostas de que o banco central americano, começará a reduzir seu programa de compra de ativos, no valor de US$ 85 bilhões mensais, em breve. E isso dá fôlego ao dólar.

No início da sessão, porém, o dólar chegou a registrar queda mais acentuada ante o real, chegando mínima de R$ 2,3638, devolvendo parte dos ganhos das sessões anteriores. Nos três pregões anteriores, a divisa americana acumulou alta de 2,7%, diante da retração do Produto Interno Bruto (PIB) e da deterioração das contas públicas do País, que deixou investidores cautelosos sobre a saúde da economia brasileira.

No entanto, o dólar ganhou fôlego na última hora do pregão, com investidores aproveitando as condições de volume reduzido, típicas do fim do dia, para testar o nível de R$ 2,40.

"O mercado está trabalhando nesse cenário: o estrangeiro está tirando dinheiro do Brasil e comprando dólares e o cenário interno também não ajuda", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira. "O dólar deve buscar o nível de R$ 2,40 em breve e aí, temos que ver como o BC vai reagir".

O fortalecimento do dólar tende a pressionar os preços domésticos por meio do encarecimento de insumos e produtos importados. Por isso, alguns analistas acreditam que o BC pode intensificar em breve suas atuações no mercado de câmbio, seja por meio de ofertas adicionais de dólares com compromisso de recompra ou antecipando a rolagem do equivalente a US$ 9,93 bilhões em swaps cambiais que vencem no dia 2 janeiro.

Nesta manhã, o BC deu mais um passo em seu programa de atuações diárias, com a venda de 10 mil contratos de swap cambial tradicional - equivalentes a venda futura de dólares - com vencimento em 2 de junho de 2014. Os papeis para 5 de março não foram vendidos. O volume financeiro do leilão foi de US$ 496 milhões.

O programa, que tem potencial de US$ 60 bilhões até o fim de 2013, foi anunciado no fim de agosto, quando o dólar era negociado perto das máximas no ano, em torno de R$ 2,45. O mercado também busca pistas sobre se o BC vai estender as rações diárias para 2014.

O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, já afirmou que o programa de intervenções diárias não tem data para acabar.

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