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Dólar sobe após agência rebaixar perspectiva do Brasil

A moeda americana avançou 0,41%, para R$ 2,2029 na venda, depois de despencar mais de 1,5% na véspera e ir abaixo de R$ 2,20

3 out 2013 - 18h10
(atualizado às 18h32)
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A moeda americana avançou 0,41%, para R$ 2,2029 na venda
Foto: Shutterstock

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, com parte dos investidores estrangeiros deixando o mercado brasileiro após a agência de classificação de risco Moody's rebaixar, na véspera, a perspectiva do rating do Brasil. A moeda americana avançou 0,41%, para R$ 2,2029 na venda, depois de despencar mais de 1,5% na véspera e ir abaixo de R$ 2,20. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,05 bilhão.

A Moody's colocou a classificação de risco do Brasil em perspectiva "estável", ante "positiva", citando a deterioração da relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), o nível dos investimentos e o fraco crescimento. Apesar disso, a agência reafirmou o crédito a "Baa2", considerado grau de investimento.

"Embora todos esperassem a decisão da Moody's, quando ela ocorre isso traz pressão adicional e só reforça o cenário que as coisas estão complicadas para a nossa economia", afirmou o gerente de tesouraria do banco Daycoval, Gustavo Godoy, lembrando que a decisão pode levar alguns fundos globais de investimento a reduzir as posições em ativos brasileiros.

O operador de um banco estrangeiro afirmou que recebeu orientações de alguns fundos para diminuir a exposição em alguns ativos brasileiros, sem citar quais. "A redução da exposição não é grande, mas tem efeito no câmbio porque se trata de fluxo", disse o operador.

Ele disse que o efeito só não foi mais forte no mercado por conta do ambiente de intervenção diária do Banco Central. Nesta quinta-feira, o BC já vendeu 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 3 de fevereiro de 2014.

O BC anunciou ainda para sexta-feira leilão de venda de dólares com compromisso de recompra. A oferta será de até US$ 1 bilhão, distribuídos entre duas etapas: entre as 11h15 e 11h20, os contratos terão data de recompra em 3 de dezembro de 2013; entre 11h30 e 11h35, a data de recompra será de 2 de julho de 2014.

O movimento de alta do dólar ante o real nesta sessão também era visto como uma correção do movimento visto no dia anterior, quando a divisa americana despencou, ficando abaixo de R$ 2,20, na menor cotação em pouco mais de três meses. "O dólar testou esse patamar de R$ 2,20 na última sessão, mas a tendência é que continue por aí, mesmo", disse o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, afirmou no chat Trading Brazil da Thomson Reuters que o mercado de câmbio deve ser guiado no curto prazo pelos desdobramentos no mercado externo. "No curto prazo, há um viés de queda do dólar, mas esperamos R$ 2,25 ao final de 2013 e R$ 2,45 ao final de 2014, porque os juros nos EUA continuaram a subir com a força da economia e porque aqui nossos fundamentos externos exigem um cambio mais depreciado", disse Kawall, que foi secretário do Tesouro no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

A paralisação do governo americano e alguns dados mais fracos da maior economia do mundo alimentam apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode manter seu programa de estímulo por mais tempo, deixando a liquidez nos mercados internacionais elevada.

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