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Dólar sobe ante real com dados de emprego nos EUA

Moeda avançou 0,30%, a R$ 2,2703; giro financeiro foi de US$ 1 bilhão

2 abr 2014 - 18h06
(atualizado às 18h06)
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O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o fortalecimento da divisa americana no exterior diante de sinais de recuperação no mercado de trabalho dos Estados Unidos. O dólar avançou 0,30%, a R$ 2,2703 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.

"A lógica é que com dados positivos nos EUA, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) tem mais espaço para subir os juros e isso pressiona o dólar", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Com juros mais altos, parte dos investimentos estrangeiros poderia migrar para a maior economia do mundo e, assim, limitar a liquidez em outras praças, como o Brasil, e elevar a cotação do dólar.

Pela manhã, foi divulgado que o setor privado dos EUA abriu 191 mil vagas em março, levemente abaixo das projeções, mas os ganhos do mês anterior foram revisados para cima. O dado vem poucos dias antes da divulgação do relatório de emprego do governo norte-americano, na sexta-feira, que traz importantes indicadores sobre a saúde do mercado de trabalho, como a taxa de desemprego e a geração de vagas.

Nesse cenário, o dólar ganhava força no exterior, avançando 0,17% sobre uma cesta de divisas. No Brasil, investidores também aproveitaram para comprar divisas após as fortes quedas recentes e que levou a moeda a encostar em R$ 2,25.

"O dólar em relação ao real está muito baixo e o mercado está se ajustando, em busca de novos referenciais, de um novo piso e um novo teto", disse o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, que vê piso informal no nível de R$ 2,25.

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Em março, a divisa americana acumulou queda de 3,22%, maior baixa mensal em seis meses, pressionada por expectativas de entrada de recursos externos no Brasil, atraídos pelos altos rendimentos via juros elevados.

Isso alimentou avaliações de que o nível de R$ 2,25 pode se mostrar um piso informal. A tese é que, apesar de ajudar o combate à inflação, o dólar mais barato tende a prejudicar as exportações e, portanto, desagradaria o governo.

Esse cenário de ingresso de recursos pode até ganhar força se as expectativas do mercado se confirmarem e o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11%, nesta quarta-feira. O Copom anuncia sua decisão após o fechamento.

Nesta sessão, foi divulgado que o país registrou saída líquida de US$ 2,7 bilhões na semana passada, primeiro saldo negativo desde fevereiro, puxado por uma saída de recursos da conta financeira. Mas, no ano, o saldo total está positivo em US$ 2,485 bilhões.

Pela manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Todos os novos contratos vendidos vencem em 1º de dezembro, com volume equivalente a US$ 198,5 milhões. A autoridade monetária também ofertou swaps para 2 de março de 2015, mas não vendeu nenhum.

Apesar do forte viés de baixa recente, pesquisa Reuters mostra que o dólar deve reverter a queda ante o real. Segundo a projeção mediana de 34 economistas, a moeda americana deve ir a R$ 2,47 daqui a 12 meses.

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