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Dólar sobe a R$ 3,92 por decepção com STF e rumor de Barbosa

18 dez 2015 - 10h10
(atualizado às 10h17)
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O dólar opera em alta com o pessimismo trazido pela possibilidade de substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda e a frustração com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o rito do impeachment.

Dólar subiu mais uma vez nesta sexta-feira (18)
Dólar subiu mais uma vez nesta sexta-feira (18)
Foto: Marcos Santos/USP Imagens / O Financista

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A saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já estava contabilizada nas mesas de negociação há algum tempo e os crescentes rumores desta semana já haviam embutido esse risco nos preços dos ativos.

Mas a possibilidade de Levy ser substituído pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não agrada ao mercado. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o nome de Barbosa agrada ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de não ser o preferido pelo mercado. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, ainda não está totalmente convencida sobre essa solução caseira.

Ainda estão no páreo o ministro do Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por quem Lula tem simpatia, Marcos Lisboa, diretor-presidente do Insper, e Otaviano Canuto, diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Levy referiu-se ao governo como se já estivesse fora dele. “O governo só fala do fiscal. Por quê? Eu não sei. Nunca entendi. Parece que tem medo de reforma, não quer nenhuma reforma”, lamentou.

Indagado sobre quando deixará o cargo, Levy afirmou que o final do ano legislativo amplia suas opções. “Eu acho que sempre se encontra um sucessor”, pontuou ao responder se permaneceria no cargo até a presidente encontrar um substituto para ele.

Cleber Alessie, operador de câmbio H. Commcor, afirma que Barbosa se mostrou contrário ao corte de gastos e que isso é “realmente preocupante”.

Além da pressão trazida pela troca de ministros, o mercado também está pressionado pela reviravolta no STF. Depois do otimismo visto na última sessão refletindo o parecer do ministro do e relator do processo do rito de impeachment, Edson Fachin, o jogo virou.

Fachin votou pela validação do rito do impedimento, o que dava o aval para a Câmara dar encaminhamento ao impeachment. No entanto, a maioria dos ministros decidiu, na noite desta quinta-feira (17), pela invalidação da votação secreta da comissão especial que analisa o processo contra a presidente Dilma Rousseff.

“A decisão estabelece que uma nova comissão seja votada e ela pode ser majoritariamente governista, o que poderia novamente afastar as possibilidades de o impeachment da presidente ir adiante”, explica Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora.

Além disso, ficou decidido que o Senado pode rejeitar o pedido de impeachment caso seja autorizado pela Câmara dos Deputados. Na prática, o presidente do Senado Renan Calheiros é nome do impeachment agora.

“Renan agora é o protagonista do processo”, diz o cientista político Jairo Pimentel, da Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). “Ele está na posição mais estratégica neste momento”, diz.

“A única coisa que vinha dando uma força para o real era a possibilidade de impeachment. Com a decisão do STF, essa possibilidade não caiu, mas perdeu muita força”

Neste contexto, às 9h50, o dólar à vista tinha alta de 1,22%, cotado a R$ 3,9260.

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