PUBLICIDADE

Dólar sobe quase 1,5% e volta a encostar nos R$ 3,50

2 mai 2016 - 17h05
(atualizado às 18h11)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

O dólar subiu quase 1,5% por cento nesta segunda-feira, aproximando-se do patamar de R$ 3,50, após o Banco Central voltar a atuar de maneira mais intensa no mercado de câmbio e com os investidores de olho no cenário político brasileiro.

O dólar avançou 1,45%, a R$ 3,4900 na venda, depois de cair mais de 1,6% e ir a R$ 3,44 na sessão passada, menor nível em nove meses. Na máxima deste pregão, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,5092. O dólar futuro subia cerca de 1,50 % no fim da tarde.

"A tendência do dólar é de queda (sobre o real), o que vai demandar atuação do BC", afirmou o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.

O BC realizou neste pregão leilão de até 40 mil swaps cambiais reversos --equivalentes à compra futura de dólares--, mantendo a atuação mais intensa feita na sexta-feira, depois de passar quase duas semanas mais longe. Vendeu o volume total em um único vencimento, o mais curto, em 1º de agosto deste ano.

Dados do BC mostram que, no dia 29 de abril, o estoque de swaps cambiais tradicionais --correspondentes à venda futura de dólares-- foi a US$ 70,653 bilhões, sendo que o final do mês anterior ele estava um pouco acima de US$ 100 bilhões. Com a operação deste pregão, o BC reduziu em mais cerca de US$ 2 bilhões.

Muitos especialistas entendem que o BC não quer o dólar abaixo de R$ 3,50 porque prejudicaria os exportadores e pelo fato de a moeda norte-americana já ter depreciado bastante este ano. Só em março e em abril, as quedas mensais acumuladas foram de 10,17 e 4,34%, respectivamente.

A cena política no Brasil permaneceu no radar dos investidores, com a expectativa de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff será aprovado pelo Senado, o que levará o vice Michel Temer a assumir o comando do país. De modo geral, o mercado reagiu bem à indicação de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles será o novo ministro da Fazenda.

Nesta segunda-feira, o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compra de moeda estrangeira em espécie, prevendo aumentar a arrecadação em R$ 1,4 bilhão só neste ano, um dia após ter anunciado reajustes no programa social Bolsa Família. A medida, segundo operadores, não teve impacto relevante na cotação da moeda.

"A medida (de aumento do IOF)... não chegou a influenciar a cotação (do dólar)", disse o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado, acrescentando que o impacto da medida será mais restrito ao mercado de turismo.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade