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Dólar mais caro: veja como diminuir o estrago em viagens

Com a apreciação da moeda norte-americana sobre o real, turista precisa rever planejamento de viagem para não passar aperto com as contas

18 mar 2015 - 09h02
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<p>Para analistas, nova realidade do câmbio é dólar acima de R$ 3</p>
Para analistas, nova realidade do câmbio é dólar acima de R$ 3
Foto: Shutterstock

Viagem marcada, passaporte e visto em mãos e planejamento financeiro em ordem. Até o dólar disparar e atingir o maior valor em relação ao real em quase 12 anos. De repente, toda a organização vai por água abaixo e o turista se pergunta: o que faço? compro dólar agora ou espero?

Muitos brasileiros têm convivido com essa dúvida. E não é para menos: na última sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 3,24, valor que não fazia parte da realidade do brasileiro desde abril de 2003. Para se ter uma ideia, a divisa norte-americana fechou o ano de 2014, no qual avançou 12,78% sobre o real, a R$ 2,65. Desde então, o ritmo de alta se intensificou, ultrapassando a barreira dos R$ 3 neste ano.

De acordo com consultores, a melhor maneira de se proteger de variações inesperadas é comprar aos poucos. “Se vai comprar US$ 2 mil para uma viagem daqui a seis meses, o melhor é comprar US$ 500 por mês”, diz Valter Police, planejador financeiro do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). “Em alguns meses, o consumidor vai pagar mais, em outros, menos. Mas vai ter uma média, não vai ter dado sorte, nem dado azar”, afirma.

Outra preocupação que é preciso ter é com a cotação da moeda em casos de câmbio e bancos. O dólar turismo – utilizado em viagens e compras internacionais – é mais caro do que o comercial (o que costuma ser noticiado nos fechamentos diários), já que as instituições financeiras têm gastos como frete e segurança para manter as cédulas.

Espécie, débito ou crédito

Numa tentativa de se protegere dos gastos além da conta, muitos se perguntam se devem comprar a moeda em espécie, em cartão pré-pago ou utilizar o cartão de crédito.

Atualmente, o governo brasileiro incentiva a compra de dinheiro em espécie, já que a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é de 0,38% nessas transações, contra 6,38% que incidem em operações realizadas com cartões.

Embora mais barata, a moeda em espécie tem suas desvantagens. Em caso de perda ou roubo, é muito difícil recuperar o dinheiro. Já o cartão pode ser bloqueado, a operadora pode enviar outro e também pode te liberar um “empréstimo” no caso de você atingir seu limite de gastos.

“Como o cartão é mais caro, leve-o como segurança, mas procure não utilizá-lo tanto”, diz Police. O planejador financeiro também diz que é preferível utilizar o cartão pré-pago, porque a cotação que cai sobre o de crédito é a do dia do pagamento, e não a da compra. “É melhor voltar da viagem com tudo pago”, aconselha.

Alta do dólar e reflexos na economia assustam grande parte da população:
Queda do dólar

De acordo com a mais recente pesquisa Focus, organizada pelo Banco Central com economistas de diversas instituições, o dólar deve fechar este ano cotado a R$ 3,06.

Segundo analistas, a apreciação do dólar neste momento acontece em função de fatores internos e externos. No Brasil, as preocupações com o ritmo da economia, os entraves do Congresso para aprovação das medidas de ajuste fiscal, os escândalos de corrupção na Petrobras e o quadro político turbulento têm colaborado para o enfraquecimento do real. Já no ambiente externo, há a expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos, atualmente em 0%.

“Se esse movimento [dos juros nos Estados Unidos] se efetivar, alguma pressão interna devemos ter”, diz Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. “Desse modo, o risco é ainda mais para cima [encarecimento do dólar] do que para baixo.”

Apesar disso, Neto diz que, com um esfriamento dos fatores de risco no País – como a implementação do ajuste fiscal e a divulgação das contas trimestrais da Petrobras devidamente auditadas –, a pressão sobre o real deve ser amenizada. A consultoria também prevê que a moeda norte-americana feche este ano cotada a R$ 3,06. “É uma nova realidade, bem diferente do que nos acostumamos a ver nos últimos anos”.

De qualquer modo, os especialistas aconselham que o turista brasileiro reveja seu planejamento de viagem e se acostume com o novo patamar de gastos em moeda estrangeira. 

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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