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Dólar fecha junho e o 2º trimestre em queda sobre o real

Em junho, o dólar acumulou queda de 2,46% e, no segundo trimestre, de 2,57%

30 jun 2015 - 18h19
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Moeda norte-americana caiu 0,34% nesta terça-feira, a R$ 3,10
Moeda norte-americana caiu 0,34% nesta terça-feira, a R$ 3,10
Foto: Bruno Domingos / Reuters

O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira e encerrou junho em baixa, devido a expectativas de entradas de recursos diante de perspectivas de juros altos no Brasil, movimento que deve continuar no curtíssimo prazo e sustentar a divisa perto do atual patamar, um pouco acima de R$ 3.

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A moeda norte-americana caiu 0,34% nesta sessão, a R$ 3,1089 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.

Em junho, o dólar acumulou queda de 2,46% e, no segundo trimestre, de 2,57%, a primeira queda trimestral em um ano. Mas, no ano, a moeda norte-americana ainda mostra importante valorização sobre o real, de 16,93%.

"O dólar estabilizou perto desses patamares, um pouco acima de R$ 3, e tudo leva a crer que, na ausência de grandes surpresas, ele continue por aí", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, ressaltando que os juros oferecidos pelo Brasil são "muito atraentes" a investidores estrangeiros.

Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano e a expectativa do mercado é de que mais altas venham para segurar a inflação.

Rodrigues ressaltou, no entanto, que no longo prazo a perspectiva ainda é de avanço da moeda norte-americana ante o real, refletindo as expectativas de alta de juros do Federal Reserve, banco central norte-americano, dificuldades relacionadas ao ajuste fiscal no Brasil e a apreensão com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Acreditamos que os riscos no Brasil são abundantes: associados a possíveis revisões de ratings e aos muitos riscos políticos relacionados às investigações de corrupção e ao ambiente político instável", escreveu o analista do Nomura João Pedro Ribeiro em nota a clientes.

Nesta sessão, a queda do dólar teve como pano de fundo também a briga pela formação da Ptax, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Nos últimos pregões do mês, operadores costumam disputar para deslocar a taxa para patamares mais favoráveis a suas posições cambiais.

A moeda norte-americana marcou a mínima da sessão durante uma das janelas de cálculo da Ptax, pouco depois das 10h, apresentando queda de mais de 1% e atingindo a cotação de R$ 3,0861 na venda.

Grécia

O noticiário relacionado à Grécia também continuou ocupando os holofotes. Mas investidores têm ponderado que o impacto da eventual saída do país da zona do euro seria pequeno em economias como o Brasil, o que ajudou a amortecer as preocupações com o impasse em torno de Atenas.

A Grécia fez novas propostas nesta tarde para romper o impasse sobre o acordo com seus credores que se aproximariam mais das demandas das instituições, segundo uma fonte da União Europeia.

Outro ponto focal é a estratégia de intervenção no câmbio do BC. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar 70% dos swaps cambiais - que equivalem a venda futura de dólares - a vencer em agosto, proporção aproximadamente igual à rolagem dos contratos para julho.

"Está dentro do esperado. Se vir oportunidade, o BC deve reduzir a oferta ainda mais", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.

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