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Dólar fecha estável em dia de vaivém e baixo volume

A moeda permaneceu durante todo o pregão abaixo do patamar de R$ 2,20, considerado por muitos analistas como o "limite técnico", e fechou a sessão a R$ 2,1780

14 out 2013 - 17h49
(atualizado às 17h49)
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Em dia de muito vaivém e marcado pelo baixíssimo volume, o dólar fechou estável ante o real nesta segunda-feira, após o Banco Central transmitir informações desencontradas sobre notícia de que poderia não rolar integralmente os contratos de swap cambial tradicional com vencimento novembro. A moeda permaneceu durante todo o pregão abaixo do patamar de R$ 2,20, considerado por muitos analistas como o "limite técnico", e fechou a sessão a R$ 2,1780, ante 2,1779 reais no fechamento anterior.

Na mínima do dia, atingiu R$ 2,1659 e R$ 2,1939 na máxima e, segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou bastante baixo, em torno de US$ 230 milhões, devido ao feriado nos Estados Unidos e que deixou o mercado de bônus fechado. "A grande questão é: o BC vai de fato diminuir a rolagem?", afirmou um o operador de um banco internacional.

Logo após a abertura dos negócios, foi publicada notícia pela Broadcast, citando uma fonte da equipe econômica, de que dependendo das condições do mercado, a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional - equivalente à venda de dólares no mercado futuro - no dia 1º de novembro, no montante de US$ 8,87 bilhões, poderia não ser integral. Com isso, a liquidez injetada nos mercados poderia ser menor.

Procurada pela Reuters logo cedo, a assessoria de imprensa do BC chegou a informar que não comentaria o assunto. "O BC poderia estar querendo sinalizar que não vai oferecer tanta liquidez ao mercado... que talvez o mercado já esteja suficientemente irrigado com dólar", chegou a afirmar o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

No início da tarde, no entanto, o Valor Econômico publicou que a assessoria de imprensa do BC informou que não comunicou "nem oficialmente, nem de outra forma" sobre rolagem dos swaps, fazendo com que o dólar anulasse as altas. Mais uma vez procurada pela Reuters, a assessoria de imprensa do BC apenas informou que sua posição oficial é a de não comentar matérias em "off", sem negar ou confirmar o que foi publicado pelo Valor.

O dólar foi influenciado também pela persistente atuação do BC, que vendeu 10 mil contratos de swap tradicional ofertados com vencimento em 5 de março de 2014 e volume financeiro equivalente a US$ 497,6 milhões, em operação prevista pelo cronograma de atuações diárias. A autoridade monetária anunciou ainda para terça-feira mais um leilão de swap tradicional com as mesmas condições, a ser realizado entre 9h30 e 9h40. O resultado será conhecido a partir das 9h50, informou o BC.

Especulações de que o BC pode ser menos incisivo ao intervir nos mercados de câmbio têm circulado nas mesas de câmbio nas últimas semanas, desde que o dólar começou a flertar com o patamar de R$ 2,20. Analistas avaliam que a desvalorização da moeda norte-americana pode prejudicar a indústria num momento em que a economia brasileira enfrenta dificuldades para decolar. Além disso, o dólar neste patamar também não prejudicaria a inflação brasileira, que ainda está em níveis elevados.

No fim de setembro, quando a moeda oscilava em torno desse nível, o BC rejeitou pela primeira e única vez desde o início do programa - no final de agosto - algumas propostas no leilão diário de swap cambial tradicional. Na semana passada, o dólar voltou a fechar abaixo de R$ 2,20 após o BC elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 9,5%, e sinalizar que deve manter o ritmo mais forte de aperto monetário, o que deve atrair mais capitais para o país. Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, isso pode levar a moeda americana a ceder um pouco mais no curto prazo.

"No curto prazo, a gente tem um cenário em que o Fed posterga o início da normalização monetária e aqui o BC tem a alta da Selic para conter a inflação. Isso dá espaço para o dólar cair em breve", afirmou Rostagno, para quem a divisa dos EUA pode chegar a R$ 2,15 no curto prazo. O mercado também continuava sob a expectativa de novos desdobramentos nos Estados Unidos, que vivem um impasse fiscal e diante do risco de default a partir do dia 17, quando vence o prazo para o Congresso do país elevar o teto da dívida.

Líderes do Senado dos EUA disseram nesta segunda-feira que estão se aproximando de um acordo para reabrir o governo e elevar o teto da dívida do país. No entanto, o encontro do presidente americano Barack Obama com líderes parlamentares, e que poderia resultar numa solução nesta tarde, foi adiado. Segundo a Casa Branca, o adiamento tem o objetivo de permitir que líderes do Senado tenham tempo para "continuar a fazer importantes progressos". "Esta semana vence o prazo limite para o aumento do teto da dívida norte-americana e receio que o mercado pode azedar", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

A divulgação de dados econômicos mais fracos na China também ajudou a aumentar as preocupações de investidores com a saúde da economia global. As exportações chinesas sofreram queda inesperada de 0,3% em setembro, o pior desempenho em três meses, ante expectativas do mercado de aumento de 6%. O resultado marca uma mudança decepcionante em relação a indicadores recentes que haviam assinalado que a economia do país ganhava força.

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