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Dólar fecha em queda de 2,26% com especulações eleitorais

Dólar teve a maior queda ante real em quase um ano e fechou em R$ 2,4570 na venda

24 out 2014 - 18h17
(atualizado às 18h18)
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<p>Rumores do mercado indicam que supostas pesquisas de intenções de voto feitas por bancos teriam um empate entre Dilma Rousseff (PT) estaria empatada com Aécio Neves (PSDB)</p>
Rumores do mercado indicam que supostas pesquisas de intenções de voto feitas por bancos teriam um empate entre Dilma Rousseff (PT) estaria empatada com Aécio Neves (PSDB)
Foto: Divulgação

O dólar fechou em queda de mais de 2% nesta sexta-feira, a maior baixa em quase um ano, em meio a especulações eleitorais que levaram investidores a reduzirem as apostas na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

A moeda americana caiu 2,26%, a R$ 2,4570 na venda, maior queda no fechamento desde 18 de novembro de 2013, quando recuou 2,3%. Na véspera, fechou a R$ 2,5137, maior nível em mais de nove anos.

"O mercado não sabia o que fazer para se preparar para a eleição no domingo e acabou reagindo a qualquer boato que circulou", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano, para quem a reação dos mercados às eleições, na segunda-feira, deve ser "intensa".

Segundo operadores ouvidos pela Reuters, circularam rumores entre as mesas financeiras de que supostas pesquisas de intenções de voto feitas por bancos teriam sinalizado que a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT) estaria empatada com Aécio Neves (PSDB), preferido dos mercados por prometer uma política econômica mais ortodoxa.

Conforme esses rumores ganharam força, a moeda norte-americana acelerou a queda frente ao real.

Trilha da especulação

Durante toda a manhã, a queda do dólar ficou ao redor de 1%, um pouco abaixo do patamar de R$ 2,50. Segundo operadores, os mercados já vinham se preparando para a reeleição de Dilma Rousseff e, por isso, pesquisas da véspera apontando esse cenário não tiveram grandes impactos nesta sessão.

Na quinta-feira, após o fechamento dos mercados, novas pesquisas de intenção de voto mostraram que Dilma abriu vantagem contra Aécio Neves (PSDB), fora da margem de erro. No levantamento do Datafolha, a atual presidente aparece 6 pontos percentuais acima do tucano, em votos válidos. Já no Ibope, a vantagem é de 8 pontos percentuais.

"O que aconteceu é que exageraram ontem", afirmou o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno.

<p>O mercado acabou reagindo a qualquer boato que circulou, apontou Glauber Romano da corretora Intercam </p>
O mercado acabou reagindo a qualquer boato que circulou, apontou Glauber Romano da corretora Intercam
Foto: Kim Hong-Ji / Reuters

Entre segunda e quinta-feira, o dólar havia acumulado alta de 3,34%. Mesmo com a queda desta sexta-feira, a divisa ainda fechou a semana com alta de 1,01%, levando operadores a afirmar que o mercado ainda precifica chance levemente majoritária de rreleição da atual presidente.

A baixa do dólar nesta sessão foi sustentada também por expectativas de que o BC mantenha seu programa de intervenções diárias no caso de reeleição de Dilma. Um governo Aécio, por outro lado, interromperia "imediatamente" os leilões diários, como já afirmou à Reuters o indicado pelo tucano ao Ministério da Fazenda, Armínio Fraga.

"É melhor estar comprado em real porque a Dilma vai fazer o BC intervir mais", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Oferta de dólares

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Todos os contratos vendidos vencem em 1º de junho de 2015 e correspondem a US$ 197,7 milhões (aproximadamente R$ 490,7 milhões).

Também foram ofertados contratos para 1º de setembro de 2015, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 80% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

Alguns especialistas citaram ainda como causa para a queda do dólar nesta sessão reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja, segundo a qual Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.

De acordo com os operadores, a reportagem poderia afetar as intenções de voto da presidente.

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