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Dólar dispara cerca de 2,5% e ronda patamar de R$ 3,60

3 mai 2016 - 12h26
(atualizado às 12h52)
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Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

O dólar ampliou a alta a cerca de 2,5%, agora rondando o patamar de R$ 3,60 nesta terça-feira, acompanhando a piora do cenário externo e maior aversão a risco sobretudo nos mercados emergentes, após dados ruins sobre a China.

Ajudava também a atuação do Banco Central, que realizou leilão de swaps cambiais reversos --equivalentes à compra futura de dólares-- mais cedo .

Às 12:23, o dólar avançava 2,42%, a R$ 3,5744 na venda, e chegou a bater R$ 3,5828 na máxima deste pregão. O dólar futuro subia cerca de 2%.

"As moedas de países emergentes, como um todo, estão caindo. O BC é só a cereja do bolo", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

A aversão a risco refletia os dados da atividade industrial da China, que encolheu pelo 14º mês seguido em abril, mostrando fragilidade da segunda maior economia do mundo. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit da China recuou para 49,4, contra expectativa do mercado de 49,9 e ante 49,7 em março.

A aversão ao risco também era alimentada pelos preços o petróleo, que ampliavam as perdas e caíam mais de 2% nesta sessão, por preocupações com o aumento da produção no Oriente Médio e no Mar do Norte, renovando os receios em torno do excesso de oferta global.

Com isso, o dólar também ampliava a alta em relação a moedas de países como o México e Chile.

No mercado local, a atuação do BC também ajudava a puxar o dólar. Nesta manhã, vendeu 9,8 mil swaps cambiais reversos da oferta total de até 20 mil contratos. Com a piora no cenário externo, que acentuou a alta do dólar no Brasil, o BC não anunciou, até o momento, novo leilão para tentar colocar o restante dos contratos não vendidos na primeira tranche, como fez recentemente.

Nos dois pregões anteriores, o BC havia voltado a atuar com mais força no mercado de câmbio após o dólar ir abaixo de R$ 3,45. Para muitos especialistas, a autoridade monetária não quer a moeda abaixo de R$ 3,50 para não prejudicar as exportações e, assim, as contas externas do país.

A cena política seguia no radar dos investidores. Na véspera, Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e já indicado para comandar o ministério da Fazenda num provável governo de Michel Temer, disse que é preciso reverter a trajetória da dívida pública e ter claro o que é preciso fazer para o país sair do atual ciclo econômico negativo.

Na próxima semana, o Senado vota o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.

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