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Dólar cai quase 1% e volta a ficar abaixo de R$ 3,55

4 mai 2016 - 17h10
(atualizado às 17h18)
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Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas

O dólar caiu quase 1% nesta quarta-feira e voltou a ficar abaixo de R$ 3,55, em movimento de ajuste após a alta de cerca de 4% nas duas sessões anteriores e sem a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

O movimento foi contrário ao visto no cenário externo, onde a moeda norte-americana subia frente a outras divisas diante do aumento da aversão ao risco por conta de temores sobre a economia global.

O dólar recuou 0,87%, a R$ 3,5400 na venda, após acumular alta de 3,81 % nos dois pregões passados. O dólar futuro caía cerca de 0,50% no fim da tarde.

"(O dólar) deu uma puxada um pouco mais forte do que se esperava e está corrigindo... A tendência ainda é de desvalorização", disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.

Após as recentes valorizações, que levaram o dólar a fechar no patamar de R$ 3,57 na véspera, o BC não anunciou para esta sessão leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólar. A percepção de muitos operadores é que a autoridade monetária não quer o dólar abaixo de R$ 3,50 para não prejudicar as exportações brasileiras e estaria confortável com o atual nível.

Por isso, atuou com força no final da semana passada e início desta, após o dólar fechar abaixo de R$ 3,45.

"Acho que o BC não vai deixar o dólar cair muito abaixo dos R$ 3,50, pelo menos até a passagem do impeachment e da definição da equipe econômica (do governo Michel Temer)", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.

Os operadores têm dito que a tendência do dólar é de queda sobre o real por conta do cenário político, diante do iminente afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff na próxima semana, pelo Senado. Se concretizado, Temer assume o comando do país, e já deixou claro que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, nome que agrada o mercado, será seu ministro da Fazenda.

Na véspera, Temer disse em entrevista que, caso assuma a Presidência, pretende apresentar de imediato medidas econômicas que tenham impacto positivo para o país.

No exterior, no entanto, prevaleceu o tom de cautela, com receios sobre o crescimento global na esteira de dados recentes na China e na Europa. Somaram-se indicadores da economia norte-americana que mostraram que os empregadores do setor privado contrataram, em abril, o menor número de trabalhadores em três anos.

Desta forma, o dólar ganhava força em relação a uma cesta de moedas, assim como a moedas de países emergente como México.

Pesquisa Reuters mostrou que o dólar não deve voltar a bater recordes contra moedas de países emergentes neste ano, inclusive no Brasil, após a forte queda dos primeiros meses de 2016 em meio a dúvidas sobre o aumento dos juros nos Estados Unidos.

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