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Dólar cai abaixo de R$ 2,35, com expectativa de fluxos positivos

17 jan 2014 - 18h12
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O dólar fechou em forte queda nesta sexta-feira, indo abaixo do patamar de R$ 2,35, ainda reagindo à constante intervenção do Banco Central (BC) e à perspectiva de entrada de recursos no curto prazo. A moeda perdeu 0,82%, a R$ 2,3462 na venda e teve desvalorização de 0,79% no acumulado da semana, segundo tombo semanal seguido. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão.

Analistas vêm identificando o nível de R$ 2,35 como um importante piso de resistência, pois ao mesmo tempo que não impacta a inflação, não prejudica as exportações. "O dólar tende a permanecer entre R$ 2,35 e R$ 2,40 pelo menos no curto prazo. Agora, no dia a dia, oscilações pontuais podem ocorrer ao sabor das notícias", afirmou o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Investidores estão atentos à presença do BC no mercado de câmbio, entendendo que a autoridade monetária não deixará o dólar subir demais para não pressionar os preços por meio do encarecimento de produtos importados. A autoridade monetária deu continuidade nesta sessão às atuações diárias, vendendo a oferta total de 4 mil swaps cambiais tradicionais - equivalentes a venda futura de dólares - com vencimento em 1º de setembro de 2014, em operação com volume financeiro de US$ 197,9 milhões.

O BC ofertou também contratos com vencimento em 2 de maio, mas não vendeu nenhum. Além disso, colocou a oferta integral de 25 mil swaps na segunda etapa de rolagem dos contratos que vencem em 3 de fevereiro. Com isso, já rolou pouco mais de 20% do lote total, equivalente a US$ 11,028 bilhões. "O pessoal continua vendo necessidade de manter o 'hedge'. Este é um ano complicado: o fluxo cambial está negativo e deve continuar negativo (no longo prazo). O fato de o dólar ter caído um pouco recentemente não muda esse cenário", afirmou o operador de câmbio da corretora Renascença, José Carlos Amado.

Segundo dados do BC, o Brasil acumulou saída líquida de US$ 1,217 bilhão em janeiro até o dia 10 e analistas afirmam que a conta deve continuar pressionada. Isso porque os problemas fiscais domésticos não dão sinais de melhora, piorando o país aos olhos dos investidores, e a redução do estímulo econômico dos Estados Unidos deve continuar limitando a oferta global de liquidez. No curto prazo, no entanto, a expectativa nos mercados é de entrada de divisas no País, o que também ajudou na queda do dólar neste pregão. Já anunciaram captações no exterior empresas como Petrobras, BNDES, Santander Brasil e Braskem.

Um ajuste agora também contribuiu para o dólar perder terreno, já que na véspera avançou 0,35% ante o real, apesar do aumento de 0,5 ponto percentual na Selic - para 10,50% - anunciado no dia anterior, que tem potencial para atrair mais investidores de fora em busca de melhores rendimentos. "Ontem, o dólar deveria ter caído, mas acabou subindo com alguns fluxos. O movimento de hoje foi, em parte, um ajuste diante da movimentação do último pregão", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

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