PUBLICIDADE

Dólar cai 0,46% ante real com fluxo e BC, mas Ucrânia pesa

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 750 milhões

24 abr 2014 - 17h30
Compartilhar
Exibir comentários

O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, pelo segundo pregão seguido, diante do quadro de ingresso de recursos no Brasil e da constante atuação do Banco Central, apesar da aversão ao risco nos mercados externos devido a preocupações sobre a Ucrânia.

A moeda americana perdeu 0,46%, a R$ 2,2158 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 750 milhões, menos da metade vista na média diária no mês, de US$ 1,8 bilhão. "Os fluxos para o Brasil continuam fortes e o BC continua colocando mais dólares no mercado. Parece que vai utilizar o câmbio como uma ferramenta para não haver pressão sobre os preços", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O mercado doméstico tem visto amplas entradas de recursos recentemente, tanto via investimentos estrangeiros diretos quando em portfólio. Só na semana passada, o superávit ficou em US$ 2,375 bilhões. Pela manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.

Foram 1,2 mil contratos para 1º de dezembro deste ano e 2,8 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a US$ 198,2 milhões.

Em seguida, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio. Até agora, o BC já rolou cerca de 74% do lote total, que corresponde a US$ 8,733 bilhões. No fim da manhã, as preocupações geopolíticas com a Ucrânia limitaram as perdas da divisa e chegaram a fazê-la subir a R$ 2,2290 na máxima, alta de 0,13%.

"A situação na Ucrânia continua preocupando o mercado, e mexeu com as moedas lá fora", disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold. Forças ucranianas mataram até cinco rebeldes pró-Moscou nesta quinta-feira enquanto se aproximavam de um refúgio militar separatista no leste da Ucrânia. A Rússia, em resposta, deu início a exercício militares perto da fronteira, exaltando os temores de que tropas russas possam intervir na região.

As notícias também levaram o dólar a anular a alta vista no início do dia sobre divisas importantes como o euro e o iene, que haviam sido pressionadas mais cedo por indicações de que o Banco Central Europeu (BCE) pode adotar programa de compra de ativos no caso de piora do cenário de inflação da zona do euro. "O dia (no exterior) teve um viés de aversão ao risco", resumiu o tesoureiro de um banco internacional.

Alguns analistas citaram ainda notícia do jornal Valor Econômico, segundo a qual o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, "está na prateleira" para substituir Guido Mantega como ministro da Fazenda, o que poderia acontecer já neste ano, embora essa especulação já circulasse no mercado há meses.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade