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Dólar avança 0,71% ante real, de olho em rolagem de swaps e China

23 out 2013 - 19h10
(atualizado às 19h13)
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O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, impulsionado por expectativas de que o Banco Central não irá rolar todos os contratos de swap cambial com vencimento em 1° de novembro e por preocupações sobre uma política monetária mais restritiva na China.

O dólar avançou 0,71%, a 2,1869 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em US$ 1,7 bilhão. Na última hora do pregão, a divisa americana acelerou a alta e chegou perto de 1%, reagindo a algumas operações pontuais de saída de dólares, segundo o operador de um banco internacional.

O BC realizou neste pregão o segundo leilão de swap cambial tradicional para a rolagem de contratos que vencem no dia 1° de novembro. Assim como na sessão anterior, foram vendidos 20 mil contratos distribuídos entre os vencimentos em 1° de julho de 2014 e 1° de outubro de 2014.

Com as duas vendas, o BC rolou o equivalente a US$ 1,975 bilhão, ou 22% dos US$ 8,87 bilhões em swaps que vencem no começo de novembro. O BC ainda deve fazer mais uma oferta, nesta quinta-feira, com a mesma finalidade.

"A rolagem é pouca. Se o BC não rolar tudo, o dólar vai subir, podendo chegar a R$ 2,20. E essa é a dúvida com que o mercado trabalha: ele vai rolar até quanto?" afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

O BC anunciou que a rolagem dos contratos que vencem em novembro ocorreria em três dias. Isso significa que, para rolá-los todos, a autoridade monetária teria que ofertar 6,9 bilhões de dólares em swaps na quinta-feira, ou cerca de 140 mil contratos.

Especialistas acreditam que o BC não deve rolar todos os contratos de swap tradicional que vencem em novembro, atento ao impacto que a depreciação do dólar ante o real pode ter sobre a atividade econômica e indicando ao mercado que sua referência é o patamar de R$ 2,20.

"Eu acho que o BC vai rolar metade (do vencimento), porque é verdade que este dólar muito deprimido ajuda no combate da inflação, mas por outro lado pode provocar a contração dos fluxos de recursos", acrescentou.

Dados do BC divulgados nesta quarta-feira mostraram que o Brasil registrou saída líquida de US$ 140 milhões na semana passada, desacelerando bastante em comparação ao déficit visto entre os dias 7 e 11 passados, de US$ 2,129 bilhões.

Mais cedo, o BC deu mais um passo em seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, com a venda de mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 5 de março de 2014 e 9 mil contratos com vencimento em 1º de julho de 2014. O volume financeiro equivalente das operações foi de 495,3 milhões de dólares.

China volta a preocupar

No cenário externo, sinais de um possível aperto monetário na China aumentavam a pressão sobre moedas de países emergentes em geral. Ante o peso mexicano, por exemplo, o dólar subia quase 1 por cento no final desta tarde.

Na terça-feira, um conselheiro de política do Banco do Povo da China, banco central do país, disse que a autoridade pode apertar as condições de crédito no sistema financeiro para lidar com os riscos de inflação. Além disso, o BC chinês deixou de oferecer liquidez no mercados de dinheiro pelo segundo dia seguido.

"Como o BC chinês pode reduzir a injeção de liquidez, as taxas interbancárias vão subir, fazendo com que os investidores avaliem que o banco está querendo diminuir os estímulos no mercado. Isso favoreceria um menor crescimento da economia chinesa e, consequentemente, afetaria os países com estreita relação com a China", explicou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

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