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Dívida grega: grandes países do euro descartam reestruturação

6 mai 2011 - 21h48
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Os grandes países da zona do euro descartaram nesta sexta-feira à noite qualquer reestruturação da dívida da Grécia durante uma reunião em Luxemburgo, anunciou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, num momento em que aumenta a inquietação sobre a situação grega. "Descartamos a reestruturção da dívida grega; e não discutimos uma saída da Grécia da zona do euro, pensamos que isto seria uma opção estúpida", declarou Juncker aos jornalistas no fim da reunião.

Neste encontro participaram os ministros das Finanças dos quatro maiores países da zona do euro: Alemanha, Wolfgang Schauble, França, Christine Lagarde, Itália, Giulio Tremonti, Espanha, Elena Salgado, assim como Jean-Claude Juncker. O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, também participaram das discussões. "Pedimos ao nosso colega grego que se somasse à reunião nesta noite porque os Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional nos fizeram perguntas sobre a Grécia", explicou Juncker sem entrar em mais detalhes.

O site alemão Spiegel Online deixou os mercados nervosos ao falar sobre o encontro e afirmar que era convocado porque a Grécia queria abandonar a zona do euro diante da incapacidade de resolver suas dificuldades financeiras. Diversas fontes desmentiram esta situação, começando por Atenas, que negou "categoricamente" qualquer projeto de abandono da moeda única e denunciou uma manobra de especulação.

De acordo com uma fonte europeia interrogada pela AFP, os ministros das Finanças expressaram sua inquietação na reunião pelas dificuldades da Grécia de alcançar os objetivos fixados em termos de reduções do déficit e saneamento de suas contas, e pediram a Papaconstantinou que redobre seus esforços. A situação é "difícil", afirmou a fonte.

O assunto vem à tona enquanto aumentam os rumores nas praças financeiras sobre uma inevitável reestruturação da dívida pública grega, que supera 150% do PIB. A reunião de Luxemburgo foi consagrada também à situação de Portugal, que acaba de concluir negociações para obter um plano de ajuda de 78 bilhões de euros da UE e do FMI, em troca de um drástico plano de austeridade, segundo uma fonte europeia.

Os ministros também discutiram a sucessão do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a partir do outono. O italiano Mario Draghi parte como favorito. A França o apoia, assim como o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schüble. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, não se pronunciou oficialmente.

Fonte: Invertia Invertia
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