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Dilma projeta Brasil melhor em 2014 e critica guerra psicológica na economia

Presidente exaltou baixas taxas de desemprego num cenário econômico desfavorável e garantiu empenho contra a inflação

29 dez 2013 - 20h30
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A presidente da República, Dilma Rousseff, usou seu pronunciamento de fim de ano, que foi ao ar na noite deste domingo em cadeia nacional de rádio e TV, para defender a política econômica de seu governo e tentar tranquilizar trabalhadores e empresários de que o governo se esforçará para combater a inflação e manter o equilíbrio das contas públicas. No vídeo, Dilma projetou um ano de 2014 melhor e exaltou a baixa taxa de desemprego ante as taxas de crescimento registradas em 2013, criticando setores que utilizam a desconfiança para fazer "guerra psicológica".

"Temos de agir sempre de forma produtiva e positiva tentando buscar soluções e não ampliar os problemas. Se alguns setores, seja por que motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas", disse a presidente, em pronunciamento gravado na última segunda-feira.

No encerramento de um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) do País teve a pior queda desde 2009, no terceiro trimestre, Dilma afirmou que não há um sistema econômico perfeito e defendeu correções e retoques feitos pelo governo. Para ela, as políticas econômicas precisam aliar os interesses dos setores produtivos e das classes trabalhadoras.

"Assim como não existe um sistema econômico perfeito, dificilmente vai existir em qualquer época um país com economia perfeita. A economia é um conjunto de vasos comunicantes em busca de permanente equilíbrio. Em toda economia sempre haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir. Para conciliar o justo interesse da população e das classes trabalhadores e os interesses dos setores produtivos", disse.

Na defesa do trabalho de seu governo durante 2013, Dilma ressaltou que as turbulências econômicas nos cenários nacional e internacional não afetaram a taxa de desemprego. "As dificuldades que enfrentamos aqui dentro e lá fora não foram capazes de interromper o ciclo positivo que vivemos e que tem garantindo que a vida dos brasileiros melhore gradativamente a cada ano. Nos últimos anos somos um dos raros países em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a alguma grave crise. Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura", afirmou.

"Por isso sinto a alegria de poder tranquilizar vocês dizendo-lhes que entrem em 2014 com a certeza que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje. Sem risco de desemprego, podendo pagar suas prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar seu próprio negócio. Entrem em 2014 com toda energia e otimismo e com a certeza de que a vida vai continuar melhorando", acrescentou a presidente. "Neste ano de 2013 continuamos nossa luta vigorosa em defesa do emprego e da valorização do salário do trabalhador. Uma luta plenamente vitoriosa, pois alcançamos o menor índice de desemprego da história", disse.

A presidente admitiu "problemas localizados" com a inflação, mas destacou que a redução da conta de luz ajudou a desacelerar os preços. "Nisso o governo teve uma ação firme, atuou nos gastos e garantiu o equilíbrio fiscal, atuou na redução de impostos e na diminuição da conta da luz. Nesses últimos casos enfrentando duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população brasileira", disse.

"O governo está atento e firme em seu compromisso de lutar contra inflação e manter o equilíbrio das contas públicas. Sabemos o que é preciso para isso e nada nos fará sair desse rumo, como também nada fará mudar nosso rumo na luta em favor de mais distribuição de renda, diminuição da desigualdade pelo fim da miséria e em defesa das minorias", concluiu Dilma.

Recado aos jovens

Dilma se dirigiu aos jovens em parte do pronunciamento, convidando-os a comparar o Brasil de hoje com anos anteriores. "Você, jovem, sabe o quanto o seu padrão de vida melhorou comparado ao que você tinha na infância e ao que seus pais tinham na sua idade. Usem essa fotografia do presente e do passado recente como pano de fundo para projetar o futuro. Esta é a melhor bússola para navegar neste novo Brasil”", disse a presidente, no fim de um ano marcado por protestos em todo o País.

A presidente voltou a citar os "pactos" sugeridos na época das manifestações, em resposta às reivindicações, como a defesa de uma reforma política e o lançamento do programa Mais Médicos, que leva profissionais de saúde para cidades do interior e periferias.

"Ampliamos nosso diálogo com todos os setores da sociedade e escutamos seus reclamos implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos. Defendemos uma reforma política que amplie os canais de participação popular e dê maior legitimidade à representação política. Não abrimos mão em nenhum momento de apoiar o combate à corrupção em todos os níveis. Exatamente por isso, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito", disse, se colocando disposta a continuar dialogando com a sociedade.

"Digo aos trabalhadores e empresários que continuo disposta a ouvi-los em tudo o que for importante para o Brasil. Digo aos trabalhadores e aos empresários que apostar no Brasil é o caminho mais rápido para todos saírem ganhando", afirmou a presidente.

Fonte: Terra
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