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Dilma não consegue fim do embargo russo à carne suína brasileira

14 dez 2012 - 12h57
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O fim do embargo à carne suína de três Estados brasileiros (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul), por questões sanitárias, esteve na agenda de acordos bilaterais entre o presidente russo Vladimir Putin e a presidente Dilma Rousseff. Apesar das conversas, a proibição foi mantida e os russos seguirão analisando a qualidade da carne desses Estados antes de por fim ao embargo.

"Expressei a minha expectativa sobre o pleno e pronto restabelecimento de comércio de carnes suínas entre os nossos países e o fim do embargo aos três Estados brasileiros", disse Dilma. A presidente também afirmou que o fim do embargo poderia impulsionar o comércio entre os dois países emergentes.

No final do mês passado, o Ministério da Agricultura do Brasil anunciou que a Rússia deu um passo importante para voltar a comprar carnes bovina, suína e de frango dos três Estados brasileiros - as importações estavam embargadas desde 2011. Mas essa liberação ainda depende de algumas condições impostas pelos russos, acrescentou o governo brasileiro naquela oportunidade. No mesmo período, a Rússia indicou suspensão do embargo aos Estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, mas tal medida ainda dependia de um comunicado oficial do País e de uma habilitação específica por estabelecimento exportador, de acordo com autoridades do governo brasileiro e do setor privado.

Mesmo com as restrições, a Rússia continua sendo um dos principais destinos para as carnes brasileiras, uma vez que o Brasil tem exportado por meio de unidades situadas em outros Estados não embargados. O Ministério da Agricultura do Brasil informou nesta semana que proibiu temporariamente um aditivo alimentar chamado ractopamina e outros betabloqueadores, que promovem o crescimento muscular em animais como porcos e bovinos, porque teme ser vetado por seu maior importador de carne, a Rússia.

Com isso, o Brasil pode acabar por aumentar suas exportações de carne bovina para a Rússia, seu maior comprador, já que os russos intensificaram os testes sobre as carnes importadas dos EUA e Canadá. Somente as exportações dos EUA para a Rússia valem cerca de US$ 500 milhões.

No campo dos intercâmbios comerciais entre Brasil e Rússia, Dilma disse que o comércio bilateral ainda não atingiu o dinamismo necessário. "Vamos apoiar os conselhos empresarias dos nossos países para elevar o nosso intercâmbio ao patamar de 10 bilhões anuais (o valor hoje ronda os 7 bilhões)".

Brasil e Rússia assinaram hoje um acordo de cooperação no domínio militar. "Queremos também desenvolver projetos concretos, com alto conteúdo tecnológico, no uso pacífico da energia nucelar. Parcerias nessa área são muito bem-vindas".

Outros acordos

Durante a cerimônia, Dilma insistiu na necessidade de estreitar os laços entre os dois países, ambos membros dos Brics (grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e destacou as visões convergentes sobre o mundo no contexto dos grupos emergentes, do G-20 e das Nações Unidas. As conversas entre os dois líderes teve como objetivo estimular o investimento, apostando na capacitação do setor produtivo dos dois países.

Dilma classificou a conversa com Putin como "produtiva" e contou que foram tratados temas de política internacional. Dilma falou mais uma vez sobre a importância de que os organismos internacionais reflitam a configuração do mundo de hoje, em uma clara referência à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Brasil pleiteia uma vaga no Conselho e a Rússia apoia o pedido do Brasil. Os planos de austeridade dos países europeus também foram criticados pela presidente do Brasil.

Dilma comentou ainda sobre a emoção de ter assistido ao Lago dos Cisnes, ontem, em Moscou, onde três brasileiros participaram como bailarinos. O Teatro Bolshoi tem no Brasil a sua única escola de balé fora da Rússia.

Em política internacional, o Oriente Médio foi o principal assunto. "O Brasil acompanha com extrema preocupação as questões relativas ao Oriente Médio e a escalada da violência na Síria. Somente um processo político liderado pelos próprios sírios é um caminho para a superação do conflito". O reconhecimento da Palestina como membro-observador também foi comentado pela presidente do Brasil.

No final do discurso, Dilma reforçou que o presidente Putin é um "amigo do Brasil e que será sempre bem-vindo no país".

Com informações da Reuters

Fonte: Especial para o Terra
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