PUBLICIDADE

Derrubada por Petrobras, Bovespa fecha mês com queda de 6,2%

A baixa do pregão não foi maior por conta da mineradora Vale e de ações de exportadoras, favorecidas pela alta da cotação do dólar ante o real

30 jan 2015 - 18h33
Compartilhar
Exibir comentários
<p>No acumulado do mês, a Bovespa perdeu 6,20% e, na semana, caiu 3,83%</p>
No acumulado do mês, a Bovespa perdeu 6,20% e, na semana, caiu 3,83%
Foto: Eco Desenvolvimento

A Petrobras voltou a catalisar as perdas da bolsa paulistana nesta sexta-feira (30), após a estatal ter seus ratings rebaixados pela Moody's, contribuindo para que o Ibovespa ampliasse queda acumulada em janeiro.

O Ibovespa teve queda de 1,79%, a 46.907 pontos nas sessão. No acumulado do mês, a Bovespa perdeu 6,20% e, na semana, caiu 3,83%. O giro financeiro do pregão foi de R$ 8 bilhões.

A baixa do pregão não foi maior por conta da mineradora Vale e de ações de exportadoras, favorecidas pela alta da cotação do dólar ante o real.

Petrobras no centro da arena

As ações preferenciais da Petrobras recuaram 6,5%, encerrando o pregão no menor nível de fechamento desde setembro de 2004, a R$ 8,18. A ação ordinária da companhia fechou no patamar mais baixo desde maio de 2004, a R$ 8,04.

Desde a divulgação na quarta-feira dos resultados do terceiro trimestre sem as esperadas baixas contábeis relativas ao escândalo de corrupção, os papéis preferenciais da estatal perderam 19,6%, ou quase R$ 2.

No centro da investigação da operação Lava Jato da Polícia Federal, que a colocou em uma situação financeira delicada, a petroleira teve os ratings cortados pela agência de classificação Moody's na noite da véspera.

"Repercute a possibilidade da nota de crédito da empresa ser rebaixada à frente, e chegar a perder o chamado grau de investimento", disse a Guide Investimentos em relatório. As notas da companhia permanecem em revisão para rebaixamento adicional pela Moody's.

Outras quedas

Ações de bancos também exerceram forte pressão de baixa no Ibovespa, cuja queda foi corroborada pela baixa das ações americanas, em reação à desaceleração da economia dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2014. O PIB dos EUA cresceu 2,6%, em ritmo anualizado, no período.

A Oi caiu 10,57% nesta sessão, e fechou o mês com queda acumulada de 42%, a baixa mais expressiva do Ibovespa no período. O movimento desta sessão refletiu a aprovação pelo Conselho de Administração da endividada operadora de telecomunicações do cancelamento de política de remuneração aos acionistas.

No setor elétrico, diversas ações recuaram após estimativas iniciais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontarem que as chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do País durante o mês de fevereiro serão de cerca de 52% da média histórica. As chuvas verificadas no país em janeiro, com exceção das que ocorreram na região Sul, ficaram bem abaixo da média.

Na visão do especialista em renda variável da Icap Brasil, Rogério Oliveira, depois da perda de mais de 6% em janeiro, o mercado deve continuar estressado com o noticiário negativo em fevereiro. "Nada dá a entender que certos assuntos vão mudar em pouco tempo, seja o racionamento, seja a situação da Petrobras ou o preço menor do minério, que afeta a Vale", disse.

Vale recupera-se no pregão

Os preços do minério de ferro no mercado à vista da China, maior destino das exportações da Vale, fecharam janeiro com a maior queda desde maio de 2013. Neste pregão, contudo, a mineradora fechou em alta, com o mercado na expectativa de um anúncio sobre seu plano de pagamento de dividendos.

Companhias exportadoras como Fibria, Embraer, BRF e Suzano também encerraram o dia no azul por conta da alta de quase 3% do dólar ante o real na sessão. O movimento se seguiu a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, indicando que não há intenção do governo de manter a moeda brasileira valorizada artificialmente.

Confira quem são as pessoas mais ricas do Brasil e do mundo Confira quem são as pessoas mais ricas do Brasil e do mundo

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade