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Déficit do governo em julho é o pior para o mês desde 1997

Com déficit primário de R$ 2,197 bilhões em julho, governo fica distante de cumprir meta fiscal do ano

29 ago 2014 - 10h23
(atualizado às 11h14)
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<p>Nos sete primeiros meses do ano, a economia feita pelo governo central para o pagamento de juros acumula saldo positivo de R$ 15,230 bilhões</p>
Nos sete primeiros meses do ano, a economia feita pelo governo central para o pagamento de juros acumula saldo positivo de R$ 15,230 bilhões
Foto: Thinkstock

Com a arrecadação fraca e sem receitas com dividendos de estatais expressivas para reforçar o caixa, o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência Social) teve déficit primário de R$ 2,197 bilhões no mês passado.

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Foi o pior resultado para meses de julho da série histórica das contas públicas, tornando ainda mais difícil para o governo cumprir a meta fiscal deste ano.

Nos sete primeiros meses de 2014, a economia feita para o pagamento de juros acumula saldo positivo de apenas R$ 15,230 bilhões, com queda de 60,3% frente ao resultado de R$ 38,317 bilhões em igual período do ano passado, divulgou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira,.

Já a Previdência Social apresentou, no mês passado, déficit de R$ 4,996 bilhões, acumulando no ano um rombo de R$ 28,160 bilhões.

Em julho, as receitas líquidas do governo central ficaram em R$ 88,087 bilhões, 12,3% acima na comparação com junho. No mês passado, as receitas com dividendos de estatais federais foram de apenas R$ 5,2 milhões.

No acumulado do ano, as receitas líquidas somam R$ 579,287 bilhões, com alta de 5,6% sobre igual período do ano passado.

Já as despesas atingiram R$ 90,283 bilhões em julho, com alta também de 12,3% em comparação ao mês anterior. De janeiro a julho, totalizam R$ 564,057 bilhões, 10,5% a mais do que igual período de 2013.

O resultado fiscal ruim das contas públicas é consequência da economia fraca, traduzida por uma arrecadação praticamente estagnada em termos reais, da elevada renúncia tributária e de despesas públicas com ritmo de crescimento acima das receitas.

Com esse quadro ruim, o governo segue dependendente de receita extraordinária elevada, estimada este ano em R$ 31,6 bilhões, para fechar as contas.

Mas mesmo com a perspectiva de receita extra expressiva, o cumprimento da meta de superávit primário está em xeque. A meta consolidada ajustada de 2014 é de R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses até julho, essa economia ficou em 1,22% do PIB, segundo dados do Banco Central.

Com esse desempenho e com a tendência de uma arrecadação fraca, a equipe da presidente Dilma Rousseff - que tenta um segundo mandato - já considera que o alvo fiscal deste ano não será cumprido, conforme informou a Reuters uma fonte do governo recentemente.

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