Déficit das contas externas do País no 1º semestre bate recorde

O Brasil registrou déficit em transações corrente, que engloba as operações do País com o exterior, como balança comercial e gastos com viagens, foi de US$ 3,953 bilhões (R$ 8,846 bilhões) em junho, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo de US$ 4,8 bilhões (R$ 10,742 bilhões) no mês passado. No primeiro semestre, no entanto, o déficit somou US$ 43,478 bilhões (R$ 97,29 bilhões), 72,23% superior do que em igual período de 2012.

No acumulado dos 12 meses encerrados em junho, o rombo ficou em 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB). O BC informou ainda que os investimentos estrangeiros diretos no País somaram US$ 7,170 bilhões (R$ 16,05 bilhões) no mês passado, acima do previsto por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana indicava US$ 5,5 bilhões (R$ 12,30 bilhões).

Segundo o BC, a conta corrente tem sido afetada pela fraca balança comercial no País que, no primeiro semestre, registrou saldo negativo de US$ 3,092 bilhões (R$ 6,92 bilhões). Também tem pesado a remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no País, que entre janeiro e junho passados somaram US$ 14,101 bilhões (R$ 31,25 bilhões), 41,28% a mais do que a primeira metade de 2012.

Os dados do BC também mostram que o investimento estrangeiro direto (IED), que vaipara o setor produtivo da economia, chegou a US$ 7,170 bilhões (R$ 16,05 bilhões), em junho, e a US$ 30,027 bilhões (R$ 67018 bilhões), nos seis meses do ano. Nos seis meses do ano, esses investimentos não foram suficientes para cobrir completamente o saldo negativo em transações correntes.

Apesar do IED ser o mais adequado para financiar o déficit, porque é de longo prazo, o País tem outras formas de financiar o resultado negativo. Uma delas são os investimentos estrangeiros em ações negociadas no Brasil e no exterior que registraram ingresso líquido de US$ 6,278 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões), nos seis meses do ano. Também houve investimentos em títulos de renda fixa negociados no País, com ingresso líquido de US$ 11,038 bilhões (R$ 24,69 bilhões).

Com informações da Agência Brasil