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Davos: 3º dia é marcado por discursos contra o protecionismo

30 jan 2009 - 22h41
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A possibilidade de medidas protecionistas durante a crise foi alvo de críticas em diversos painéis durante o terceiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, fez um apelo pela conclusão da Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial. Ele advertiu que se o mundo se deixar arrastar pelo "instinto protecionista" para enfrentar a crise, os países pobres serão prejudicados.

"A questão comercial não é uma simples questão", disse Amorim, durante o Fórum Econômico Mundial. "Por isso, avançar na Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC) é a melhor maneira de impor barreiras às tentações protecionistas", afirmou o ministro. "Não há como evitar medidas protecionistas em um sistema que não esteja progredindo", disse. "O instinto (em situações de crise) não é favorável ao livre comércio; é ser protecionista".

A posição de Amorim foi corroborada pelo primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que discursou em outro painel. Ele disse que há o risco de um "mercantilismo financeiro", com bancos estrangeiros retraindo o capital para o seu país natal durante a turbulência.

"Isso, se não fizermos nada, vai levar a uma nova forma de protecionismo, uma retração na globalização e a redução no comércio entre os países que será seguido rapidamente por uma velha forma de protecionismo comercial do passado", disse o britânico.

"Agora não é a hora para ações nacionais individuais para lidar com a crise financeira global. Este é o momento para que o mundo aja em conjunto como um só", completou.

Novo comitê

A chanceler alemã, Angela Merkel comentou sobre a possibilidade da criação de um conselho econômico pela Organização das Nações Unidas (ONU). A governante citou o possível comitê dando exemplo do Conselho de Segurança, criado após a Segunda Guerra Mundial.

"Isso (a crise) pode ainda levar a criação de um conselho econômico das Nações Unidas, assim como o Conselho de Segurança foi criado após a Segunda Guerra Mundial", disse ela a delegados no resort turístico suíço.

A chanceler destacou que, após a crise, será necessário tirar conclusões institucionais e cooperar em nível internacional. "Eu não conheço nenhum outro órgão (além das Nações Unidas) que tenha esse grau de legitimidade internacional", afirmou. "Nós todos sabemos que é um órgão bastante lento, bastante pesado, mas é único", completou.

O Conselho de Segurança da ONU é encarregado de manter a segurança e paz internacional. Ele tem cinco membros permanente com poder de veto sobre as resoluções - Rússia, China, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, mais dez outros membros que são eleitos para mandatos de dois anos.

Merkel afirmou que deseja convocar uma reunião entre o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) para discutir a criação do conselho.

Brasileiros
O Brasil, que teve um painel de discussões do qual foi tema, foi classificado por seus representantes como preparado para enfrentar a crise econômica. De acordo com o The New York Times, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o Brasil está em posição melhor que os Estados Unidos.

"Acreditamos que estamos em posição muito melhor que os Estados Unidos", afirmou Gabrielli durante um almoço para discutir a economia brasileira. Ricardo Villela Marino, chefe-executivo do banco Itaú para a América Latina, destacou que as instituições financeiras do Brasil continuaram a liberar crédito, apesar a crise mundial.

Com informações da Reuters, Agência Brasil e AFP.

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Fonte: Invertia Invertia
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