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Correa põe fim a plano ambiental para explorar petróleo na Amazônia

15 ago 2013 - 22h21
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O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta quinta-feira o fim da iniciativa Yasuní-ITT porque, segundo ele, o mundo "falhou" ao não contribuir com o projeto que pretendia proteger um setor da floresta amazônica (não explorar uma grande jazida petrolífera) em troca de uma compensação econômica.

"O fator fundamental do fracasso (do projeto) é que o mundo é uma grande hipocrisia", assegurou o líder em mensagem à nação, na qual anunciou que pedirá autorização à Assembleia Nacional legislativa para explorar o petróleo cru no parque nacional Yasuní, declarada Reserva Natural da Biosfera pela Unesco.

Correa também explicou que a exploração petrolífera em Yasuní afetará "menos de um hectare por mil do parque", que abrange um milhão de hectares da floresta amazônica. De acordo com o líder equatoriano, as reservas do ITT representarão receitas de US$ 18,2 bilhões.

Para o governante, a exploração do petróleo nas zonas de Ishpingo, Tambococha e Tiputini (ITT) de Yasuní será efetuada com a melhor tecnologia disponível para minimizar o impacto ambiental nessa região, considerada uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta.

O Equador lançou o projeto há seis anos na sede das Nações Unidas, quando pediu a "co-responsabilidade" econômica da comunidade internacional para não explorar o petróleo cru do eixo ITT, uma proposta que também supunha evitar a emissão de 407 milhões de toneladas de dióxido de carbo

no à atmosfera, fruto da combustão do hidrocarboneto.

Calcula-se que o bloco ITT contenha 920 milhões de barris de petróleo. O Equador aspirava obter US$ 3,6 bilhões da comunidade internacional, em 12 anos, para dar continuidade à iniciativa ambientalista.

"Não era caridade que pedíamos, era uma co-responsabilidade com a mudança climática", acrescentou Correa, que ressaltou que o povo equatoriano era o que mais contribuía com a iniciativa ao não receber a metade das receitas que se calculavam com a exploração em Yasuní.

"Infelizmente, temos que dizer que o mundo nos falhou", finalizou o líder, que argumentou que a comunidade internacional só arrecadou US$ 13,3 milhões, ou seja, "apenas 0,37% do esperado", completou o líder.

Correa também apontou que existem outros US$ 116 milhões em "compromissos" de apoio vinculados indiretamente com a iniciativa.

Para Correa, talvez a medida se "adiantou aos tempos e a incompreensão dos responsáveis da mudança climática não tenha contribuído, assim como a explosão da crise financeira nos países desenvolvidos".

"A exploração petrolífera com adequadas técnicas afetará menos de 1% do parque", disse o líder ao assinalar que supervisionará pessoalmente as obras para que esse fator seja seguido.

Além disso, Correa respondeu algumas vozes opositoras que alegaram que o dilema da decisão é "Yasuní ou petróleo". "Isto não é verdade queridos jovens. Jamais permitiria que o Yasuní desaparecesse. O Yasuní seguirá vivendo, mas a pobreza diminuirá", finalizou Correa.

Fonte: EFE
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