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Copom eleva taxa básica de juros pela 5ª vez seguida, a 9,5%

A elevação segue o movimento iniciado na reunião de abril, quando a taxa subiu pela primeira vez desde julho de 2011

9 out 2013 - 20h06
(atualizado às 21h01)
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou nesta quarta-feira a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 9,5% ao ano. A elevação segue o movimento iniciado na reunião de abril, quando a taxa subiu pela primeira vez desde julho de 2011.

"Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 9,50% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", afirmou o Copom em nota.

A decisão do BC em elevar a Selic mostra que a autoridade monetária está priorizando o combate à inflação. Na segunda-feira, economistas de instituições financeiras mantiveram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano em 5,82% e fizeram um leve aumento na projeção de crescimento da economia deste ano, para 2,47%, ante 2,40% na semana anterior.

De acordo com números do Tesouro Nacional, referentes a agosto deste ano, 22,6% da dívida mobiliária federal estavam atrelados à Selic. Com base nesse dado, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos calcula que cada subida de 0,5 ponto percentual na Selic equivale a acréscimo aproximado de R$ 3 bilhões/ano na dívida pública, transferidos em grande parte para os bancos, que são os maiores credores do Estado.

A taxa básica de juros cresceu 2,25 pontos percentuais no ano - passou de 7,25%, em abril, para os atuais 9,5% - e, de acordo com expectativas dos analistas financeiros, deve aumentar ainda mais nas próximas reuniões do Copom, no fim de novembro e em meados de janeiro de 2014, apesar do abrandamento da inflação nos últimos três meses. Os analistas acreditam que a taxa básica de juros terminará o ano em 9,75% ou 10%.

"O BC não está dando nenhum indício de que vai parar com o aperto monetário, e eu achava que ele podia sinalizar no comunicado que poderia parar em breve" afirmou o diretor de Gestão de Recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello.

"Provavelmente, na próxima reunião teremos uma elevação de 0,50 ponto percentual, mas a dúvida de o que vem depois vai ficar no mercado", disse Curvello, acrescentando que a Selic deverá chegar a 10,25%.

Cresce cada vez mais entre os agentes econômicos a expectativa de que a Selic possa voltar ao patamar de dois dígitos, algo que não se vê desde janeiro de 2012, por conta da inflação ainda elevada, e que este ciclo de aperto possa se estenda por mais tempo.

A pesquisa Focus do BC mostrou no início dessa semana que as Top 5, instituições que mais acertam as estimativas, veem a Selic subindo a 10,5% ao ano até fevereiro de 2014, com uma elevação de 0,5 ponto em novembro, na última reunião do Copom neste ano, e outras duas altas de 0,25 ponto em janeiro e em fevereiro.

Mas, pelo menos por enquanto, a maior parte do mercado acredita que a Selic irá somente a 9,75% e ficará neste patamar ao longo de 2014.

O IPCA fechou setembro com alta de 5,86% em 12 meses, no menor patamar desde dezembro passado, mas ainda longe do centro da meta de inflação do governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O próprio BC, em seu último Relatório Trimestral de Inflação, previu que a inflação não deve ceder tão cedo, ficando em 5,8% neste ano e 5,7% em 2014. Na ocasião, o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que ainda havia "bastante trabalho" para combater a inflação.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, vem reiterando que o objetivo é trazer a inflação para a meta de 4,5%, mas sem colocar prazos.

A elevação dos juros para combater a inflação tem impacto negativo no crescimento econômico, justamente em um momento em que a economia brasileira não dá sinais consistentes de recuperação.

Com informações da Reuters.

Fonte: Terra
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