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Conheça os cinco países que mais compram do Brasil

23 ago 2012 - 08h29
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Para o crescimento do país, é fundamental ter fortes parcerias comerciais. Especialmente no caso das exportações brasileiras, que caíram 18,3% em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2011, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). A crise econômica mundial e a diminuição da competitividade dos produtos nacionais - especialmente os manufaturados - no mercado externo são apontadas pelo economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) Rodrigo Branco como os principais motivos para essas perdas. Mesmo assim, o país tem destaque na exportação, principalmente de produtos primários, e seus maiores compradores são peças chave na economia mundial. Conheça os cinco maiores destinos das exportações brasileiras:

A China se tornou recentemente o maior comprador de mercadorias brasileiras
A China se tornou recentemente o maior comprador de mercadorias brasileiras
Foto: China Photos / Getty Images

O gigante asiático

De 2008 para cá, a China cresceu 10 pontos percentuais e assumiu o posto de maior comprador dos produtos brasileiros. "É um mercado de commodities, principalmente minério de ferro, soja, petroleo, açúcar e celulose", explica Fabio Martins Faria, vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Faria enfatiza, no entanto, que o Brasil tem uma pauta exportadora muito restrita e precisa diversificar mais seus produtos, para não ficar tão vulnerável a qualquer oscilação de valores ou mesmo meteorológicas que possam comprometer o desempenho desses produtos.

O peso da tradição

Estados Unidos é o comprador mais tradicional dos produtos brasileiros. Apesar de ter recentemente perdido espaço para a China na pauta brasileira devido ao encolhimento daquele mercado e à busca por produtos com melhores condições, os EUA seguem tendo papel decisivo nos negócios dos exportadores do Brasil. "Era um grande mercado, principalmente de bens industriais, mas foi perdendo peso nas exportações brasileiras", diz Faria. De fato, hoje o mercado americano absorve mais commodities que produtos industrializados brasileiros, o que também contribui para a diminuição da produção nacional - em queda constante. A queda na demanda, explica Branco, é o que derruba o ritmo de produção de qualquer país e, com a fabricação brasileira, não é diferente. Os motivos alegados pelos industriais, como aumento nos custos de produção em pessoal, logística e energia elétrica, de fato tornam o produto menos competitivo no mercado, mas a crise econômica generalizada, que atinge grandes mercados como Europa e Estados Unidos, é, na análise do especialista, o grande motivo para o freio no crescimento. A boa performance dos produtos agrícolas e dos derivados de ferro e petróleo contribuiu para a enclinação da balança de exportações para o lado do setor primário. "A expotação brasileira de manufaturados já foi muito mais relevante. Chegamos a exportar quase 60% de manufaturados no início dos anos 2000 e voltamos a níveis dos anos 70. Para crescer, é preciso que a indústria tenha custos mais baixos. Hoje, a participação desses produtos é de 37% da pauta", conta Faria.

Hermanos, ainda que com restrições

Os argentinos têm grande participação na pauta exportadora brasileira, comprando cerca de 7,5% do total que sai do País. Ao contrário dos dois gigantes anteriores, as vendas para a Argentina são em grande parte de produtos industrializados, especialmente do setor automotivo. Apesar do protecionismo do governo Cristina Kirchner, o governo brasileiro tem conseguido firmar acordos importantes com o país vizinho afim de fomentar a troca entre os países, ainda que não tenha sido possível segurar a queda de exportações para aquele país que, em um ano, caíram 34% segundo o MDIC.

O efeito Rotterdam

O porto de Rotterdam, na Holanda, é porta de entrada para grande parte das importações que países da União Europeia fazem do mundo inteiro, o que faz com que aquele país apareça como quarto maior comprador do Brasil. "A União Europeia compra também muitos commodities, mas tem uma cartela mais diversificada", afirma o vice-presidente da AEB. A soja, produto que se beneficiou muito da atual situação econômica, é matéria-prima da principal exportação para aquele país: farelo e resíduos da extração do óleo de soja.

O forte europeu

A economia que mais se sustenta nesse momento crítico do cenário europeu é a Alemanha. Seguido de perto pelo Japão, o país é o quinto que mais compra do Brasil hoje e concentra também sua pauta principalmente em torno dos produtos primários. Café cru em grão, minérios de ferro e seus concentrados e farelos e resíduos da extração de óleo de soja são os três principais produtos levados pelos alemães.

Novas possibilidades

A busca por novos mercados na Ásia e na África aparece como uma alternativa à crise para alguns produtores, mas não é a solução segundo Rodrigo Branco. "Eu acho que houve um planejamento, uma estratégia governamental nos últimos oito anos, indo para o décimo ano desse governo, para o comércio com América do Sul, países do Brics, alguns africanos, e G20. Houve um redirecionamento político procurando esses mercados, mas a gente acredita que são mercados menores com possibilidade de expansão menores. Então, é preciso buscar mercados que perdemos nos EUA e na União Europeia, mas vivemos uma crise económica. É preciso buscar alternativas, mas esses mercados não vêm a substituir os mercados maiores", diz o economista da Funcex.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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