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Com Selic em baixa, saiba qual o melhor título do Tesouro Direto

23 ago 2012 - 04h41
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Os poupadores que aplicam no Tesouro Direto, como é chamado o investimento em títulos do governo, apostam em uma alta da inflação como consequência das contínuas quedas da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central (BC). Resultado disso é o aumento, em maio, da demanda por títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, com participação de 70,8% nas vendas do mês, o maior valor desde a criação do programa, segundo dados do Ministério da Fazenda. Conforme especialistas, os títulos do Tesouro continuam como uma boa alternativa de investimento ante a poupança e um possível aumento da inflação deve garantir uma alta rentabilidade em médio e longo prazos.

Os títulos do Tesouro são papéis emitidos pelo governo federal para financiar a dívida pública, educação, saúde e infraestrutura do País. Os títulos são divididos em três tipos: prefixados (LTN e NTNF), indexados à taxa Selic (LTF) e indexados ao IPCA (NTNT e NTNT-principal). Segundo analistas, para investimentos futuros, ou seja, com retorno após dois anos, os títulos atrelados à inflação oficial são os mais interessantes.

De acordo com dados do Ministério da Fazenda, em maio, o valor de títulos vendidos do Tesouro Direto foi de R$ 303,5 milhões, valor 26,2% superior ao de abril de 2012. Os indexados ao IPCA foram os mais cobiçados, seguidos dos títulos prefixados (LTN e NTN-F), com participação de 25,5% e os títulos indexados à taxa Selic (LFT), com apenas 3,7% nas vendas no mês. O estoque total do Tesouro Direto em maio, a soma de todos os títulos públicos em poder dos investidores, foi de R$ 8,4 bilhões, com alta de 2,4% ante abril e de 45,9% sobre o mesmo mês de 2011.

O Banco Central (BC) vem promovendo quedas na Selic desde agosto de 2011 para impulsionar a economia. A tendência é que, com o aumento do consumo, a inflação volte a subir. Por isso, a aposta do mercado está nos títulos atrelados do IPCA. "Um bom investimento é em títulos com vencimento a partir de 2015, quando a Selic provavelmente estará mais alta para conter a inflação e, assim, os rendimentos deverão ser mais altos", diz Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros.

Flávio Lemos, diretor da Trader Brasil Escola de Negócios, concorda com essa opinião. Ele também sugere investimentos em longo prazo nas letras NTNB, atreladas ao IPCA. Esses papéis "cobrem" a inflação mais o ganho real dos juros. "Se a Selic continuar caindo, é possível que ocorra uma alta da inflação e do IPCA. Então nesse caso a remuneração será maior. Mas caso a Selic volte a crescer, o investidor também está protegido".

As letras NTNB são de dois tipos (NTNB e NTNB-principal) e o ideal para investimentos de longo prazo é a principal, na qual o investidor não recebe pagamento de juros a cada seis meses. Nesse caso, o pagamento dos juros será feito de uma vez só vez, no vencimento do título. A vantagem é que, quanto mais tarde o investidor receber os rendimentos, menor os gastos com imposto de renda (IR). Para resgate antes de seis meses, o fisco cobrará 22,5% de IR sobre o lucro investido, enquanto a retirada do investimento depois de dois anos está sujeito à taxação de 15%. "O Tesouro Direto continua sendo uma aplicação vantajosa, porque ainda paga mais do que a poupança desde que a taxa de administração escolhida seja gratuita ou baixa", completa Lemos.

Curto prazo

Com a queda da Selic e a inflação ainda sob controle, quem investe com intenção de retirar o capital rapidamente, entre seis e 18 meses, deve escolher um pré-fixado, como as letras LTN ou NTNF. "Pois você garante um rendimento mais alto, acima da inflação, com ganho real", conta Vieira. A opinião é compartilhada pelo diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme. "Mesmo que a Selic chegue a 7%, como deve ocorrer até o fim do ano, quem apostar em um pré-fixado não vai perder dinheiro", completa.

Como investir

Para investir no Tesouro Direto é necessário procurar uma corretora ou Agente de Custódia devidamente registrado na Companhia Brasileira de Liquidação e Custodia (CBLC), que fornecerá uma senha para compra e venda por meio da internet.

Essas entidades financeiras podem também realizar as compras e vendas de títulos em nome do investidor e muitos cobram uma taxa administrativa por esse serviço. As taxas variam (de zero a 1% sobre o valor total investido ao ano). Não é preciso comprar todo um título, é possível adquirir parcelas deles, de forma que o valor inicial para investir em títulos públicos é de R$ 100.

Custos

Além da taxa administrativa paga ao agente de custódia, ainda há duas taxas cobradas sobre os investimentos no Tesouro Direto. No momento da compra do título, é cobrada uma taxa de negociação de 0,1% sobre o valor da operação. Há também uma taxa de custódia da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de 0,3% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente, referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos.

Impostos

O tributo cobrado sobre o investimento no Tesouro Direto é o mesmo da renda fixa: imposto de renda sobre os lucros dos títulos. O percentual é variável de acordo com o tempo de manutenção do investimento. Aplicações de até 180 dias pagam alíquota de 22,5%; investimentos de 181 até 360 dias pagam 20% de imposto; de 361 a 720 dias, a alíquota é de 17,5%; e títulos comprados acima de 720 dias pagam 15% de imposto de renda sobre o lucro apurado.

Fonte: Terra
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