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Com resultados negativos, Sabesp reduz orçamento para 2015

A Sabesp tem previstas uma série de obras até 2017 que visam reforçar a segurança no abastecimento de água na Grande São Paulo, elas não elevam a previsão de investimentos para 2018

20 dez 2014 - 15h00
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<p>O or&ccedil;amento de 2015 ser&aacute; mais rigoroso que neste ano, bem mais rigoroso, disse o diretor-financeiro da Sabesp, Rui Affonso</p>
O orçamento de 2015 será mais rigoroso que neste ano, bem mais rigoroso, disse o diretor-financeiro da Sabesp, Rui Affonso
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A Sabesp manterá medidas de controle de custos em 2015, com orçamento previsto menor que em 2014, enquanto enfrenta crise hídrica no Estado de São Paulo que pressiona negativamente seus resultados financeiros.

O diretor-financeiro da empresa de saneamento de São Paulo, Rui Affonso, disse nesta sexta-feira que as obras que a empresa está conduzindo para segurança hídrica não representam elevação no investimento previsto para o período de 2014 a 2018, de R$ 12,8 bilhões, e que o nível de alavancagem total dos projetos conduzidos pela empresa se mantém em 50%.

"O orçamento de 2015 será mais rigoroso que neste ano, bem mais rigoroso", disse ele em reunião com investidores e analistas. Já o endividamento da companhia tende a continuar pressionado até o fim da crise hídrica, cuja duração não é possível prever. O executivo disse que buscará manter os índices de dívida da Sabesp dentro de patamares "saudáveis", cumprindo compromissos da empresa.

"Temos dezenas de covenants (compromisso com limites de endividamento) ... Todo esforço da empresa é manter os índices econômico-financeiros saudáveis para poder manter os covenants todos atendidos", disse ele a jornalistas. Segundo o executivo, se "um ou outro" covenant não for cumprido, será por fatores "exógenos", como variação de dólar e juros.

A Sabesp tem previstas uma série de obras até 2017 que visam reforçar a segurança no abastecimento de água na Grande São Paulo, no momento em que a região enfrenta a pior crise de falta de chuvas em décadas e o nível das represas continua caindo.

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Na sexta-feira, o nível do Sistema Cantareira estava em 6,7%, em meio a chuvas ainda abaixo da média
Foto: Sabesp / Divulgação

Affonso explicou que essas obras não elevam a previsão de investimentos da empresa para até 2018, já que elas estão substituindo outras menos emergenciais.

Recuperação do Cantareira

Affonso disse que, se chover dentro da média histórica durante o tradicional período úmido do começo de cada ano, o abastecimento da região metropolitana de São Paulo estaria garantido até o fim de 2015.

Porém, ele não quis afirmar se isso significaria uma suspensão das medidas de redução de consumo anunciadas pelo governo estadual nesta semana e que incluem sobretaxa de até 50 por cento nas contas de consumidores que elevarem o consumo de água acima da média.

"Se chover na média, a gente está muito bem", disse Affonso a jornalistas após a reunião com investidores da Apimec em São Paulo.

Questionado sobre por que as medidas anunciadas na véspera foram tomadas somente agora, Affonso disse que é o momento em que a estratégia é "necessária e possível", após garantida a segurança jurídica para a aplicação da penalidade. "Estamos preparados para enfrentar o debate jurídico", disse o executivo.

Na véspera, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) considerou que a legislação permite a adoção da chamada "tarifa de contingência", mas que a entrada em vigor da sobretaxa precisa ser antecedida por declaração formal pelo governo de situação de crise, além de campanha maciça junto à população sobre a gravidade da falta de água.

Na última sexta-feira, o nível do Sistema Cantareira, mais importante conjunto de reservatórios de água que abastece os cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, estava em 6,7%, em meio a chuvas ainda abaixo da média.

Segundo dados da Sabesp, a média histórica de chuvas em dezembro sobre o Cantareira é de 220,9 milímetros, mas até agora o volume acumulado é de 42,3 milímetros.

Enquanto isso, o Sistema Alto Tietê, que tem ajudado a poupar o Cantareira, mostra nível de 10,4%. O Guarapiranga estava em 35,5%, também com índices pluviométricos abaixo da média.

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