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Ciesp critica governo pela crise: não temos mais onde cortar

"Já demitimos, já economizamos água, energia, deixamos de investir", desabafou o diretor do Centro das Industriais do Estado de São Paulo

26 mai 2015 - 21h46
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Na avaliação da Ciesp (Centro das Industriais do Estado de São Paulo), regional Campinas, as empresas não têm mais onde cortar e se a crise continuar nesse ritmo  as industrias podem parar. "Já não temos onde cortar, já demitimos, já economizamos água, energia, deixamos de investir", disse o diretor da Ciesp, José Nunes Filho. "Essa crise é o retrato da falta de vergonha na cara dos governantes", criticou e chegou a chamar  os membros do governo e da equipe econômica de "safados, corruptos", em coletiva com a imprensa nesta tarde.

Diante dos resultados negativos frente ao atual modelo econômico adotado no país, o empresariado da região de Campinas reclama da taxa de juros, queda de vendas, exportações e, em decorrência disso, a dispensa de postos de trabalho nas empresas. Ao apresentar os números negativos das 500 empresas nos 19 municípios  associados a Ciesp Campinas cujo faturamento em conjunto é de R$ 37,18 bilhões ao ano.

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"Se tiver que parar a minha indústria, eu paro. Não é problema nenhum. A CUT (Central Unica dos Trabalhadores) também não faz greve? Esse é meu sentimento de revolta com essa politica econômica desse país", disse o diretor titular da Ciesp Campinas, José Nunes Filho. Para ele, o empresariado está sendo penalizada com o aumento dos impostos que, segundo ele, foram "congeladas no ano passado, até findar as eleições, e agora, esse ajuste fiscal, que eu chamo de arrocho fiscal que vai onerar ainda mais nós todos", falou. " Nós teremos que pagar a conta. Eu, vocês e o povo brasileiro", comentou o empresário.

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De acordo com ele, em abril foram dispensados 500 postos de trabalho. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses a queda da mão de obras na industria foi de 1.800 empregados. Paralelo a isso, o nível de confiança do empresariado estacionou desde o mês passado em 34 pontos passando para o vigésimo mês em quadro de pessimismo, estando 18,1 pontos abaixo da média histórica de 52,1 pontos.

Os setores com variações negativas mais significativas  foram o de Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (-5,36%), Veículos Automotores e Autopeças (-1,14%); Produtos de Metal exceto Máquinas e Equipamentos (-0,92%) e Produtos de Minerais Não-Metálicos (-0,62%).

Embora a relativa estabilidade do saldo da balança comercial, as exportações e importações sofreram quedas de 23,2% e 23,7% respectivamente. A conta de comércio de abril/2015 foi 23,4% menor do que o mesmo mês em 2014. Houve diminuição nas exportações em 16,4% e nas importações de 15,9%, refletindo na redução geral de 16,1% da corrente do comércio e redução de 9,1% do déficit comercial.

"Já não temos mais onde cortar", sentencia o empresário Anselmo Riso ao analisar que sua empresa pesa nos cálculos negativos das contas da Ciesp Campinas. No mês de abril a sua empresa foi uma das que sofreram  uma redução involuntária de 7,4% nas exportações.  De acordo com ele, o cenário de negatividade, com redução no comportamento no ritmo e vigor das industrias deve continuar nos próximos meses com queda nas vendas, na produção e nos postos de empregos. Ele prevê uma retomada, talvez, em 2016.

Fonte: Especial para Terra
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