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Cientistas vão mapear risco em 10 grandes cidades

Quase toda a emissão de gases-estufa do Brasil vem do desmatamento, queimadas e uso da terra, mas as áreas urbanas devem ser afetadas

18 mai 2009 - 15h32
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Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INTC-MC) vão mapear os potenciais problemas em dez grandes cidades brasileiras ante o aquecimento global que provoca as mudanças climáticas. Estudos nesse sentido no campo, especialmente para a produção de alimentos e conservação de florestas, já vêm sendo feitos, mas pouco se sabe sobre os potenciais impactos sobre as cidades, a não ser em determinados casos, como os regimes de chuva, por exemplo.

O coordenador do INTC, Carlos Nobre, informou que a finalidade é identificar os problemas para direcionar as políticas públicas de adaptação das cidades e facilitar o cálculo do custo do aquecimento global para a economia brasileira. Os mapas deverão indicar as fragilidades dos centros urbanos ligadas à saúde ¿ como aumento ou surgimento de novas doenças e a situação das zonas costeiras, que perderão área com a elevação do nível do mar, informa Luana Lourenço, da Agência Brasil.

Serão abordadas as áreas de ecologia urbana, recursos hídricos e desastres naturais, como as cheias e secas extremas que têm atingido o País nos últimos meses. O investimento inicial será de R$ 1 milhão e os trabalhos começam por Rio de Janeiro e São Paulo. Os primeiros resultados serão divulgados em março de 2010. Os estudos para Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Belém ainda dependem de recursos.

Os mapas serão mais qualitativos do que quantitativos, de acordo com o pesquisador, por falta de estudos específicos sobre as cidades para subsidiar o levantamento. "Por exemplo, para detalhar com mais precisão os impactos do aumento do nível do mar no Rio de Janeiro seriam necessários mapas topográficos com resolução de 1 e 2 centímetros, os atuais têm resolução de meio metro 50 centímetros", citou.

¿É uma maneira de achar um atalho mais rápido para implementar medidas que são urgentes. É importante ter um primeiro mapa para mostrar a direção aos tomadores de decisão¿, acrescentou Nobre.

O especialista disse que não se pode desviar o foco do debate sobre mudanças climáticas no Brasil decorrentes do desmatamento da Amazônia, principal fonte de emissões de gases de efeito estufa do País. "Reduzindo as emissões nas cidades não vamos reduzir significativamente emissões brasileiras. A ênfase na redução de emissões nas cidades não pode ser maior que a ênfase na redução do desmatamento. As cidades têm que ter relacionamento muito forte com emissões de desmatamento e de agricultura", ponderou.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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