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Caso PanAmericano: o único que perde é Silvio Santos, diz BC

10 nov 2010 - 19h34
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O diretor de fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Hoffmann, explicou nesta quarta-feira, em Brasília, as irregularidades encontradas no banco PanAmericano e como foi feita a operação para evitar a intervenção na instituição. Segundo o diretor, credores do PanAmericano estão garantidos após o aporte de R$ 2,5 bilhões feito pelo Grupo Silvio Santos no banco e que o único que perde com as irregularidades "é o dono do banco", o empresário e apresentador Silvio Santos.

O PanAmericano anunciou ontem o aporte para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central. O dinheiro foi conseguido via empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.

Hoffmann disse que Silvio Santos se mostrou surpreso com as descobertas do BC e que cooperou durante as negociações para salvar seu banco. Segundo o diretor do BC, o fato de Silvio Santos ter um patrimônio grande foi fundamental para garantir a operação de empréstimo do FGC.

A holding do Grupo Silvio Santos colocou como garantia pelo empréstimo para salvar o PanAmericano empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras.

Para Hoffman, embora as investigações ainda não tenham chegado ao fim, fraudes como esta acontecem quando executivos da instituição querem mostrar resultados melhores que os reais, o que resultaria em bônus maiores para eles, por exemplo.

O diretor do BC afirmou que além de ter que pagar juros para cobrir o rombo de seu banco, ter pago possivelmente mais prêmios a executivos que não mereciam e ter colocado outras empresas de seu grupo como garantia para o empréstimo do FGC, o banco de Silvio Santos ainda pagou mais imposto de renda, por ter reportado resultado maior que o correto.

As irregularidades no banco PanAmericano consistiam em venda de ativos sem dar baixa nos mesmos no balanço após receber por estas negociações. Segundo o diretor, o "rombo" do PanAmericano seria de cerca de R$ 900 milhões. Os R$ 2,5 bilhões foram utilizados para cobrir o déficit e ainda prover recursos para a instituição manter seu tamanho normal.

Entenda

O Banco PanAmericano anunciou na última terça-feira que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central. Um processo administrativo de investigação vai apurar a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.

A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.

A holding do Grupo Silvio Santos colocou como garantia pelo empréstimo para salvar o PanAmericano empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras.

Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões. O presidente do BC, Henrique Meirelles, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, e as empresas de auditoria que não verificaram o rombo devem prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.

Fonte: Invertia Invertia
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