GM discute manutenção de empregos em fábrica de SP
Já dura mais duas horas a reunião sobre o futuro dos metalúrgicos empregados em setor que será parcialmente desativado pela General Motors (GM), em São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP). Segundo o sindicato da categoria, há risco de serem demitidos 1,5 mil empregados, número não confirmado pela empresa.
A negociação que tenta evitar cortes na fábrica começou às 11h30, na sede da prefeitura, com a participação de representantes dos governos federal, estadual e municipal.
Às 16h, haverá assembleia para avaliar o resultado da reunião. Depois de serem suspensas ontem, as atividades nas oito fábricas da GM naquela cidade foram retomadas hoje. O polo industrial da montadora naquela cidade emprega em torno de 7,2 mil pessoas.
b>Paralisação
A GM concedeu licença remunerada a 2.700 empregados do complexo industrial de São José dos Campos e decidiu suspender a produção na terça-feira. O objetivo, segundo a marca, foi "proteger a integridade física dos colaboradores", enquanto continuam as discussões com os representantes sindicais em relação à viabilidade de uma das fábricas do complexo.
De acordo com a montadora, na reunião desta quarta-feira será negociada a situação de 1.500 trabalhadores da linha de produção, que corre o risco de ser desativada. Em comunicado, a GM afirma que "considerou as fortes evidências de mobilizações internas no complexo e entendeu que o momento atual é delicado e prefere não expor seus empregados a eventuais incitações e provocações comuns".
Em uma carta destinada aos empregados da fábrica, a empresa disse que os funcionários "não precisam comparecer ao trabalho". O comunicado interno fala ainda que para "preservar também os terceirizados, seus acessos à fábrica não serão permitidos", e que a orientação é que os funcionários "permaneçam tranquilamente em casa com seus familiares e aguardem novas instruções".
Em resposta à paralisação, o sindicato dos metalúrgicos da região afirmou em comunicado que a atitude da montadora é antidemocrática e se caracteriza como locaute, ou paralisação patronal, o que é proibido pela legislação brasileira. Segundo o sindicato, a paralisação acontece no dia em que havia sido programado um ato unificado na empresa entre sindicatos e centrais sindicais.
Para entidade, a atitude da montadora aumenta a insegurança e deixa clara a intenção de realizar uma demissão em massa a qualquer momento e impedir a resistência dos metalúrgicos. O comunicado divulgado pelo sindicato diz que os funcionários do terceiro turno, que estavam dentro da fábrica, receberam ordens para que saíssem antes mesmo do término do expediente.