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150 anos: Henry Ford investiu no Brasil e no carro elétrico

Considerado o empresário do século 20, Henry Ford completaria 150 anos em 30 de julho

31 jul 2013 - 15h53
(atualizado às 17h26)
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Henry Ford ao lado do Modelo T, responsável pela popularização do carro como transporte
Henry Ford ao lado do Modelo T, responsável pela popularização do carro como transporte
Foto: Divulgação

O legado de Henry Ford para a indústria automotiva é indiscutível. Além de fundar a fabricante que leva o seu nome e popularizar o automóvel como um meio de transporte, o empresário é considerado um dos homens mais importantes do século 20. Entre avanços como a linha de produção em movimento, Ford também foi um visionário do carro elétrico, que atualmente é visto como o futuro do setor, e chegou a investir milhões na Amazônia brasileira com objetivo de controlar também a produção de borracha utilizada nos pneus de seus carros.

Ford nasceu em 30 de julho de 1863, em Dearborn, cidade próxima a Detroit, nos Estados Unidos. Em 1896, ele conseguiu montar seu primeiro carro com a ajuda de amigos no quintal de sua casa e trafegou pelas ruas de Detroit. Em 16 junho de 1903, a Ford é fundada com capital de US$ 150 mil vindo totalmente de sócios. O primeiro pedido foi de três unidades do Modelo A, mas a montadora só se solidificou em termos financeiros com o lançamento do Modelo T, em 1908.

O Modelo T tinha motor quatro cilindros de 2.9 l, que desenvolvia até 20 cavalos de potência, e velocidade máxima de 75 km/h. No lançamento, o carro custava a partir de US$ 850, mas o preço caiu para US$ 550 em 1913, com a introdução da linha de produção em série. Antes disso, cada unidade demorava cerca de 12 horas para ser produzida em uma estação, onde os operários se revezavam para instalar as cerca de 3 mil peças do carro.

Com o produto se movendo ao longo de uma esteira rolante e operários parados em seus postos, realizando o mesmo trabalho em cada unidade, o tempo de produção do Modelo T caiu para 1 hora e 30 minutos. Na época, a qualidade do ambiente de trabalho era precária e o rotatividade de funcionários alta. Para tentar manter os empregados, Ford decidiu em 1914 mais que dobrar o salário-base, de US$ 2,34 para US$ 5 por hora, reduzindo a jornada de 9 horas para 8 horas.

Depois de dobrar o salário, centenas de pessoas voltaram a procurar emprego na fábrica em 1914
Depois de dobrar o salário, centenas de pessoas voltaram a procurar emprego na fábrica em 1914
Foto: Divulgação

Outra inovação nos processos industriais foi a integração vertical da produção, que consistia em operar e coordenar todas as etapas de produção, desde a matéria-prima. A verticalização só foi atingida completamente em 1927 com o Modelo A. Desde 1919, Ford detinha o controle acionário total da empresa. O empreendedor morreu em 7 de abril de 1947, aos 83 anos. Em 1999, a revista americana Forbes imputou-lhe a alcunha de “O empresário do século”.

Carro elétrico

Antes de fundar sua montadora, Ford trabalhou com Thomas Edison, de 1881 a 1899. O inventor americano incentivou o pupilo a criar a montadora, mas queria mesmo era desenvolver uma alternativa elétrica ao motor a combustão. Os dois desenvolveram por anos um modelo movido a baterias, que nunca chegou a ser lançado. O projeto era para ser concretizado em 1914, mas foi adiado, para o ano seguinte, e seguinte.

Em uma entrevista de 1914, Edison afirmava que o transporte do futuro das cidades americanas seria formado por uma frota de carros elétricos. No livro Friends, Family & Forays, Bryan R. Ford relata que o projeto foi descontinuado depois de um incêndio misterioso no galpão de desenvolvimento e um desentendimento com relação ao tipo de bateria ser usado. A Ford teria investido, em valores da época, cerca de US$ 1,5 milhão.

Brasil

O império de Henry Ford chegou ao Brasil por meio de uma plantação própria de seringueiras, na Amazônia, com objetivo de não depender mais das importações em colônias britânicas ou francesas para a fabricação de pneus. A investida de Ford às margens do rio Tapajós ficou conhecida como Fôrdlândia e era um “oásis” no meio da mata, com luz elétrica, cinema e campo de golfe, segundo relato de Greg Grandin, no livro Fordlândia: ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva (Ed. Rocco). Depois de milhões de dólares investidos na construção de infraestrutura, o sonho de Ford foi abandonado em 1945.

A linha de montagem em série faz parte do legado do empresário fundador da Ford
A linha de montagem em série faz parte do legado do empresário fundador da Ford
Foto: Divulgação

Fonte: Terra
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