PUBLICIDADE

Câmbio, soja e minério ajudam superávit comercial em setembro

1 out 2013 - 17h38
(atualizado às 18h13)
Compartilhar
Exibir comentários

A balança comercial brasileira registrou em setembro o segundo melhor resultado mensal do ano, com superávit de US$ 2,147 bilhões, levemente acima da expectativa do mercado, refletindo em parte a desvalorização do real ante o dólar. O resultado do mês também foi favorecido por embarques maiores de soja e o aumento da cotação do minério de ferro, disse o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta terça-feira.

Mas apesar do superávit no mês, a balança continua registrando déficit no acumulado do ano de US$ 1,6 bilhão - o pior resultado para o período de janeiro a setembro em 15 anos. No mesmo período do ano passado, a balança acumulava superávit de US$ 15,7 bilhões.

As exportações brasileiras somaram US$ 20,9 bilhões no mês passado, queda de 5% pela média diária em relação ao mesmo período de 2012. Em relação a agosto, contudo, as exportações subiram 2,7%. Já as importações totalizaram 18,85 bilhões de dólares em setembro, queda de 2,2% em relação a agosto e a setembro do ano passado, também pela média diária.

O desempenho do mês passado veio um pouco acima do esperado pela mediana das estimativas dos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de superávit de US$ 2 bilhões. Ajudaram no desempenho das exportações o aumento de 66% no valor arrecadado com o embarque de soja em grão em relação a média diária de setembro de 2012 e a valorização de 9,4% nos preços internacionais do minério de ferro na mesma comparação.

Segundo o secretário de Comércio Exterior (Secex), Daniel Godinho, o câmbio desvalorizado começou a melhorar as vendas dos produtos brasileiros, ajudando a elevar, por exemplo, em 60% as exportações de automóveis feitas no mês passado. No lado das importações, o dólar mais caro foi determinante na redução em 11% nas compras no exterior de bens de consumo não duráveis.

"A tendência é de redução das importações de bens de consumo duráveis", disse o secretário. O dólar registra alta de 11,35% ante o real desde o início de maio, quando a perspectiva de mudança na política monetária dos Estados Unidos levou os investidores saírem de mercados emergentes e buscarem ativos mais seguros.

Petróleo

A despeito da melhora do saldo comercial em setembro, o resultado acumulado nos nove primeiros meses mostra uma balança comercial castigada pela retração do comércio internacional, pelo avanço das importações e pelo alto déficit na conta petróleo. Nos novo primeiros meses do ano, as exportações somaram US$ 177,7 bilhões, queda de 1,6% pela média diária frente a igual período do ano passado, enquanto as importações subiram 8,7%, para US$ 179,3 bilhões.

Entre janeiro e setembro a conta petróleo registrou déficit de US$ 16,5 bilhões - mais de 570% superior ao déficit de US$ 2,4 bilhões no mesmo período do ano passado. Apesar desse resultado ruim, para Godinho, a tendência dos próximos meses é que a produção interna de petróleo e derivados aumente, levando à ampliação das exportações desses insumos e redução no saldo negativo na conta.

"O resultado da balança no fim do ano depende da conta petróleo e do câmbio", disse. A dinâmica ruim das operações de comércio exterior levou o Banco Central a fazer uma drástica redução para US$ 2 bilhões ante US$ 7 bilhões na previsão anterior de superávit comercial para 2013. Exportações fracas e importações em alta foram, também, um dos motivos que levaram o BC a reduzir para 2,5% ante 2,7% a previsão de expansão da economia este ano.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade