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Desapega! ‘Brechós’ online podem render R$ 1 mil por mês

Grupos de compra e venda de produtos usados no Facebook são nova opção para ganhar dinheiro e desapegar

29 jun 2015 - 10h53
(atualizado às 14h46)
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Bruna Abreu abriu uma loja virtual após as vendas bem sucedidas em brechós; hoje usa o grupo como mais uma forma de divulgar as peças
Bruna Abreu abriu uma loja virtual após as vendas bem sucedidas em brechós; hoje usa o grupo como mais uma forma de divulgar as peças
Foto: Facebook / Reprodução

A venda de artigos usados é uma prática comercial muito antiga. Nos últimos anos, os brechós deixaram de ser apenas lugares para comprar roupas e utensílios de segunda mão a preços mais baixos e se transformaram também em comércios modernos para satisfazer um público antenado, os chamados hipsters. Daí a expandir o negócio para a dimensão virtual das redes sociais foi um passo... quer dizer, um clique.

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Chamados de ‘brechós’, são muitos os grupos criados na plataforma com o intuito de ‘desapegar’ ou ‘fazer uma grana extra’ ao anunciar por um preço abaixo do mercado a venda daquela calça jeans, ou mesmo microondas que não está mais sendo usado e só faz volume em casa.

Através do grupo, o anunciante faz contato com os interessados na compra – que se organizam em fila nos comentários do post – e determinam um lugar para se encontrarem e realizarem a troca, que normalmente acontece em estações de metrô ou em faculdades.

Nos Brechós, encontra-se de tudo à venda: roupas, sapatos, livros, móveis, eletrônicos, promoção em estúdios de tatuagem e até bilhete único carregado. As peças, muitas vezes usadas só uma vez pelos donos, ou nunca usadas, são vendidas por um preço bem mais acessível.

Marina Ravok, moderadora do grupo Brechó Trash, que conta com mais de 17 mil membros, criou o grupo em 2012 e aposta que eles são a grande tendência em compras atualmente também porque oferecem peças variadas e exclusivas. “É diferente de você entrar em uma loja de departamento e ver araras com o mesmo tipo de peça em tamanhos diferentes”, explica.

Para Marina, o grupo foi a forma encontrada de conseguir se livrar de roupas que nunca tinha usado e faziam volume no guarda-roupas e, de quebra, fazer uma graninha extra.   

Esse é o objetivo de muitos dos membros que publicam nos brechós. Daniela Teixeira usou o brechó online para conseguir pagar parte da viagem que estava programada para Jurerê Internacional.  “Vendi muita roupa que eu não usava mais, e a média de preços era entre R$ 20,00 e R$ 80,00”. Com as vendas, a estudante levantou mais de R$ 800.

Mas, para além de arrecadar dinheiro para viajar, fazer uma tatuagem, comprar presente do dia das mães ou ainda recuperar a grana gasta no dia dos namorados, os brechós também são grande parte da renda de muitos dos usuários.

Para Janaina San, o brechó foi responsável por tirá-la do sufoco quando estava desempregada e com um filho pequeno. A paulistana, que engravidou cedo, se viu em uma crise financeira ao lado do marido, tendo que cuidar da casa e do bebê recém-nascido.

Sem dinheiro para colocar o filho em uma creche e procurar um emprego, a paulistana encontrou nos brechós online a renda que a ajudaria a comprar o necessário para o filho.

“Eu vendi todos os meus sapatos por um preço extremamente baixo e ia com meu filho nas catracas dos metrôs para encontrar a compradora. Muitas vezes saia de lá com o dinheiro e ia direto para o mercado comprar fralda e leite”, conta a paulistana que vendia sandálias pelo preço médio de R$ 50.

Três anos mais tarde, depois de levar muitos ‘bolos’ de compradoras que não apareciam e agora com o filho na escola, Janaina continua com as vendas do brechó, que assumiu como profissão. O próximo  passo para a paulistana é abrir uma loja online para aumentar as vendas, que hoje somam um total de R$ 1 mil por mês.

Também comum nos brechós é encontrar membros que abriram lojas online após começarem a vender nos grupos. Bruna Corazzari é uma delas, e ‘largou tudo’ para viver disso.

“Sempre vendi meus artesanatos nos brechós e obtive bons resultados, muitas vendas e interesse, então resolvi abrir uma loja online com os produtos e hoje ganho cerca de R$ 1 mil por mês com as vendas do brechó e de lá”, conta afirmando que seu produto mais barato custa R$ 5,00 e o mais caro, R$ 50.

Além de trabalhar com o marido, Bruna Corazzari ‘largou tudo’ para viver das vendas que faz no brechó
Além de trabalhar com o marido, Bruna Corazzari ‘largou tudo’ para viver das vendas que faz no brechó
Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

Apesar dos casos bem sucedidos de vendas possibilitados pelo brechó, os bolos e calotes também são frequentes por parte dos vendedores e dos compradores, inclusive, em compras de valores altos.

Além do não cumprimento do trato por um dos lados, os membros que efetuam as trocas no metrô enfrentam mais um problema: a vista grossa dos seguranças das estações que têm barrado as vendas no local. Muitas vendedoras que optam por fazer a venda em estações do metrô já foram abordadas por guardas que pediram a elas que se retirassem ou teriam os produtos apreendidos. 

À exceção dos casos malsucedidos, os brechós online são hoje a primeira opção de muitos na hora de vender ou comprar itens, e além dos grupos onde há todo tipo de produto, há também os ‘específicos’, como é o caso dos ‘brechós das noivas’ ou ‘brechós do bebê’.

Nesses, encontram-se produtos de ocasiões especiais e, claro, em preços mais baratos, sejam eles de segunda mão ou artesanatos.

Karina Dittrich comprou seu vestido de casamento em um brechó do Facebook, e o preço estava tão em conta que acabou levando dois – um para fotos e outro para a cerimônia.

“Paguei R$ 400 em cada vestido e compensa muito. Tinha achado para alugar, mas por R$2400”. Feliz com a compra, Karina agora está preparando os vestidos para vendê-los novamente, pelo mesmo preço, para outra noiva. 

Além do caráter de hobby e do desapego, os grupos aumentaram o número de vendas de lojas online e se tornaram uma nova forma de profissão, a de brechozeira. Os brechós online se multiplicam no Facebook, e cada vez mais atraem membros que procuram peças diferentes das encontradas em lojas físicas. 

Fonte: Terra
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