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Brasília: usuários de aeroporto esperam melhoria dos serviços

6 fev 2012 - 17h05
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Quem utiliza o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, espera que a concessão privada do terminal acarrete melhorias no atendimento. O diretor comercial Wanderson Queiroz, que viaja constantemente a trabalho e já enfrentou muitos transtornos, como perda de mala e atrasos de voos, acredita que a privatização "vai funcionar" porque "é preciso ter um recurso extra para que esses problemas não aconteçam".

O funcionário público Marcelo Bisinoto também acredita que, mesmo que haja aumento de tarifas, a privatização pode trazer melhorias no atendimento. "Muita coisa precisa ser melhorada, a informatização precisa funcionar melhor. Hoje mesmo, o sistema ficou fora do ar por um bom tempo". O engenheiro mecânico José Luíz Khoury comparou a privatização dos terminais com a das rodovias. "Levando em conta que as rodovias privatizadas são muito boas, acho que os aeroportos tendem a ficar melhores também".

"Hoje, o aeroporto não tem condições para atender a todos. Acontecem muitos transtornos, como extravio de bagagem, filas muito grandes. Não adianta privatizar e continuar com o atendimento ruim. Acho que os aeroportos precisam melhorar não só em virtude da Copa, mas pelo dia a dia do brasileiro", ponderou a advogada Luciana Goulart, que também é usuária frequente do terminal de Brasília.

O leilão de privatização do Aeroporto Internacional de Brasília ocorreu hoje (6), na Bolsa de Valores de SãoPaulo (Bovespa), quando ambém foram leiloadas as outorgas para operação dos aeroportos internacionais de Guarulhos (SP) e Viracopos (Campinas-SP). Ao todo, os três terminais renderam ao caixa do Tesouro R$ 24,5 bilhões.

O leilão

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou nesta segunda-feira um leilão para transferir ao setor privado a exploração de três terminais aéreos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, o de Viracopos, em Campinas e o Juscelino Kubitschek, em Brasília. O aeroporto de Brasília foi o que teve o maior valor acima da oferta mínima exigida pelo governo. O consórcio Inframerica Aeroportos levou a concessão na capital federal com a oferta de R$ 4,5 bilhões, ante preço mínimo de R$ 582 milhões - um ágio de 673%.

O consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, apresentou a melhor oferta econômica pela concessão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), no valor de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 375% sobre o preço mínimo de R$ 3,4 bilhões. Já o consórcio que inclui a Triunfo Participações e a francesa Egis Airport Operation fez a proposta financeira mais elevada pelo aeroporto de Viracopos (SP), de R$ 3,8 bilhões. O preço mínimo era de R$ 1,47 bilhão - um ágio de 159%. Os três aeroportos respondem, conjuntamente, pela movimentação de 30% dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro.

O que muda na operação

A estatal Infraero é responsável pela operação dos aeroportos no Brasil. Diante de problemas nos terminais e da dificuldade em fazer investimentos de grande porte, a administração da presidente Dilma Rousseff conta com os recursos e a gestão de empresas brasileiras e operadoras internacionais para realizar investimentos os necessários para a Copa do Mundo de 2014. Nos aeroportos concedidos, a Infraero será sócia dos concessionários privados, com participação de 49%. A partir do contrato, haverá um período de transição de seis meses no qual aconcessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero. Após esse período, que pode ser prorrogado por mais seis meses, o novo controlador assume o controle das operações do aeroporto. A Infraero, empresa pública federal, continuará operando 63 aeroportos no País, responsáveis pela movimentação de cerca de 67% do total de passageiros. Ainda não há previsão de aumento ou diminuição das tarifas.

Investimentos

Até o final da concessão de cada aeroporto estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,6 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília. Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos.

Copa 2014

As concessionárias também têm investimentos mínimos estabelecidos para obras concluídas até a Copa de 2014. Para Brasília, estão previstos R$ 626,5 milhões, que devem ir para um novo terminal de passageiros para pelo menos dois milhões de pessoas por ano. Em Viracopos, a vencedora do leilão terá que colocar R$ 873 milhões, incluindo um terminal para 5,5 milhões de passageiros por ano. Já em Cumbica, a empresa deverá construir um terminal para sete milhões e fazer investimento de R$ 1,38 bilhão. Além disso, estão previstas obras de ampliação de pistas, pátios, estacionamentos, vias de acesso. Os contratos assinados determinam o estabelecimento de padrões internacionais de qualidade de serviço.

Fonte: Agência Brasil
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