Brasil tem déficit recorde em conta corrente no mês de abril
Rombo nas operações com o exterior de US$ 8,291 bilhões foi afetado por elevadas remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no País
O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 8,291 bilhões em abril, recorde para esse mês e afetado por elevadas remessas de lucros e dividendos, ao mesmo tempo em que os investimentos produtivos de fora não cobriram o rombo, algo que se repete desde novembro passado.
Em 12 meses encerrados em abril, o déficit em conta corrente representou 3,65% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira, com os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no País somando US$ 5,233 bilhões.
O saldo negativo da conta corrente veio pior do que o esperado por economistas consultados pela Reuters, de US$ 6,7 bilhões em abril, e até que a projeção do próprio BC (US$ 7,8 bilhões).
A pesquisa Reuters também indicou que as expectativas eram de que o IED ficaria em US$ 5,4 bilhões no mês passado.
O rombo nas transações correntes - operações do Brasil com o exterior, como balança comercial e serviço - foi impactado sobretudo pelas remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no País, que somaram US$ 3,291 bilhões em abril, ante US$ 2,542 bilhão em igual mês do ano passado.
Também continuou pesando a balança comercial, com o baixo superávit de US$ 506 milhões no mês passado devido ao elevado nível de importações.
O BC informou ainda que os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens também pesaram, somando US$ 1,797 bilhão em abril, um pouco acima do US$ 1,510 bilhão visto um ano antes.
No acumulado do ano, o déficit em transações correntes está em US$ 33,476 bilhões, acima dos US$ 32,939 bilhões registrado em igual período de 2013.