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Técnicas de prevenção podem reduzir perdas pela estiagem

5 jun 2013 - 07h20
(atualizado às 07h20)
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O clima em 2013 não tem sido muito generoso com o produtor nordestino. Conforme dados do governo federal, este ano registra a pior estiagem das últimas cinco décadas. São pelo menos 1.415 municípios da região sofrendo os efeitos da falta de chuva, em uma área que abrange 22 milhões de pessoas. Apenas no semiárido, 90% das cidades foram afetadas.

Conforme o engenheiro agrônomo Pedro Carlos Gama da Silva, pesquisador da Embrapa Semiárido, a atividade econômica mais impactada com os efeitos da seca na região semiárida é a pecuária, principalmente, a bovinocultura, seguida da ovinocultura e, em menor proporção, a caprinocultura. 

Os rebanhos da região são reduzidos drasticamente devido à escassez de água e alimentação. No caso especifico da bovinocultura leiteira, estima-se que a produção de leite e queijo seja reduzida a um terço. Grande parte do rebanho é vendida para o abate ou para outras regiões. “Os pecuaristas, de modo geral, levarão algum tempo para recuperar os seus ativos e necessitarão de investimentos para recuperar, principalmente, o rebanho e as pastagens”, avalia o pesquisador.

Estratégias

Diante da falta de água, é preciso buscar alternativas para evitar baixas entre os animais. Segundo Pedro Gama, as estratégias de convivência com a seca são, antes de tudo, preventivas. Uma vez instalado o fenômeno, restam poucas opções ou ações imediatistas para combater seus efeitos sobre as atividades agropecuárias.

A alimentação baseada na vegetação nativa da caatinga é insuficiente em quantidade e qualidade, especialmente no período de seca, o que compromete o desempenho reprodutivo das fêmeas e o peso de suas crias. 

Como enfrentamento, o pesquisador recomenda reservar, alternativamente, áreas de caatinga para uso pelos animais apenas na época da seca. “Essas reservas devem, também, ser formadas de pastos cultivados”, diz. Entre as espécies recomendadas, estão os capins buffel, urochloa (corrente) e gramão, além das leguminosas leucena e gliricídia.

Já nas propriedades que possuem áreas mais favoráveis ou espaços de alta produtividade biológica (baixios, vazantes, entre outros), recomenda-se reservá-las para o cultivo de forragem para corte, colheita ou apanha. As melhores forrageiras para corte, com essa finalidade, são o capim elefante, a cana-de-açúcar, a palma-forrageira, a leucena, a gliricídia, o guandu e a maniçoba. Para colheita ou apanha, destacam-se a melancia-forrageira (frutos) e a algarobeira (vagens).

Amoniação

Outra opção é a recuperação da qualidade forrageira de mato seco, em especial às palhas de culturas perdidas nas roças, um processo simples que envolve água e ureia. A técnica, conhecida como amoniação, consiste na transformação da ureia em amônia, um gás capaz de amolecer o material endurecido pela seca e ainda recuperar parte da sua proteína.

Pedro Gama sugere ainda conservar a forragem produzida durante o período das chuvas por meio de métodos de fenação e de ensilagem. Outra dica é aproveitar restos de culturas e outros produtos disponíveis na propriedade, que podem ser guardados e tratados para uso na alimentação dos animais durante o período seco.

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