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Técnicas auxiliam produtor a cultivar em baixas temperaturas

17 jun 2013 - 07h08
(atualizado às 07h08)
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Danos causados por baixas temperaturas podem comprometer a produtividade e o desenvolvimento de determinadas culturas
Danos causados por baixas temperaturas podem comprometer a produtividade e o desenvolvimento de determinadas culturas
Foto: Shutterstock

A proximidade do inverno, que se inicia na próxima sexta-feira, é acompanhada da queda de temperaturas em boa parte do País. Essa condição climática, que limita a produtividade de determinadas espécies cultivadas e até impossibilita seu desenvolvimento em alguns casos, exige atenção especial do produtor rural.

Conforme o engenheiro agrícola Carlos Reisser Júnior, doutor em Fitotecnia e Agrometeorologia, que atua na Embrapa Clima Temperado, quando cultivadas em regiões mais frias ou com risco de baixas temperaturas ao longo do ciclo, as plantas tropicais ou subtropicais podem ser danificadas ou morrer por congelamento dos tecidos. “Isso pode ocorrer em espécies como citros, algodão, milho, arroz, sorgo, soja, cana-de-açúcar ou batata, normalmente cultivados em regiões com esta característica”, diz.

Os cuidados variam de acordo com o cultivo. Segundo Reisser, plantas tropicais, como a banana, sofrem danos intensos quando a temperatura fica abaixo de 13ºC durante algumas horas do dia. No caso do arroz, se não for cuidada a época de plantio e a variedade, a ocorrência de temperatura próxima aos 16ºC durante a fase de divisão celular do pólen compromete totalmente a produtividade.

O pesquisador salienta ainda que os danos causados por temperaturas abaixo do ponto de congelamento das células são irreversíveis. “Quando as temperaturas atingem esses níveis, o aumento de volume da água presente dentro das células causa seu rompimento e, como consequência, sua morte”, explica.

Condições

Reisser lembra que, apesar das temperaturas baixas reduzirem a atividade biológica, há espécies adequadas a essas condições. São os chamados cultivos de inverno, como trigo, cevada e aveia. 

Mas programas de melhoramento têm criado cultivares que se desenvolvem em condições diferentes da ideal. Práticas culturais e técnicas específicas também colaboram para isso. Como exemplo, Reisser indica o zoneamento agrícola, que auxilia a produção de frutas tropicais em regiões temperadas. “O uso de cultivos protegidos com filmes plásticos também permite que se possa produzir fora da época normal de algumas espécies em algumas regiões, como no caso do tomateiro”, cita.

Outras estratégias incluem a escolha de datas de semeadura e de plantio e a avaliação da propriedade quanto à topografia e às condições locais, de forma que sejam cultivadas as espécies corretas nos lugares certos. “No caso de geadas, práticas agrícolas que amenizam ou controlam os efeitos também podem ser tomadas, como o uso de irrigação e a nebulização, que podem reduzir o nível de esfriamento dos tecidos”, avalia.

A coleta de informações é o primeiro passo para a elaboração dessas estratégias. Conforme Reisser, atlas climáticos classificam as regiões de acordo com as variáveis médias ocorridas nos últimos anos e servem de orientação. Com relação a geadas, há modelos que estimam a sua ocorrência com antecedência de algumas horas, auxiliando no preparo de condições protetoras às culturas. Além disso, estudos mostram que o amanhecer é o horário do dia que costuma apresentar as temperaturas mais baixas.

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