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Sistemas de irrigação acessíveis custam a partir de R$ 3 mil

24 mai 2013 - 07h16
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A irrigação não serve apenas para dispor de água em períodos de estiagem, mas também para aumentar a produtividade na lavoura. Mesmo assim, o Brasil irriga apenas 7% do total da área plantada, segundo o Ministério da Agricultura. Para os agricultores familiares, há opções de implementação que custam a partir de R$ 3 mil.

Apesar de ser autossuficiente em água, o País possui áreas onde a estiagem é recorrente. No semiárido nordestino, em alguns anos, falta água até para beber. Atualmente, centenas de municípios do Nordeste encontram-se em situação de emergência. Os agricultores locais já têm perdas tanto de lavoura quanto de gado.

Conforme o coordenador técnico da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG), Antônio Martinez, o valor de um sistema de irrigação de baixo custo varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Com juros diminutos, as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, podem facilitar o pagamento.

Há dois sistemas indicados para pequenos agricultores: gotejamento e microaspersão. Ambos apresentam uma atuação localizada, que proporciona maior eficiência na aplicação da água.

Gotejamento

O sistema de irrigação por gotejamento é ideal para regiões áridas, como o Nordeste do Brasil. É muito popular em Israel (frutas e legumes), nos estados do Arizona e da Califórnia (EUA, especialmente na vitivinicultura),e no Chile (vitivinicultura, abacate e outras frutas). Com esse sistema, a quantidade adequada de água é levada para as plantas por meio de gotejadores.

Microaspersão

No caso da microaspersão, a aplicação de água ao solo resulta da fragmentação de um jato de água lançado sob pressão no ar atmosférico, por meio de simples orifícios ou bocais de aspersores, de acordo com a Embrapa. Como a seção de saída da água é um pouco maior do que nos gotejadores, os sistemas de filtragem são mais simples.

Segundo Martinez, o uso dos sistemas está mais fácil do que anos atrás, até porque hoje há energia elétrica nas propriedades rurais. Algumas dificuldades técnicas, porém, ainda podem ser encontradas. “Para irrigação, não recomendamos o uso da gasolina. O custo pode ser mais baixo com uso da mangueira, mas tem que ter cuidado para não cortar com a enxada. Outro problema é o adubo irrigado em excesso, perdendo a produtividade", alerta.

Economia

Um grande empecilho para o uso da irrigação pode ser o custo com outorga de água, quando necessária. Quando é preciso irrigar mais de um hectare, acaba ficando mais caro ao produtor que deve ser outorgado.

Para contornar entraves como esse, produtores do Vale do Jequitinhonha/MG, acompanhados por técnicos do Emater, utilizam uma irrigação comunitária, o sistema Mandala. Com ele, os agricultores, em comunidade, compartilham da mesma água, em um canteiro.

Para a eficácia do sistema, a área não deve ultrapassar dois mil metros quadrados. Nas hortas, os canteiros são circulares, e os ásperos são feitos com hastes de cotonetes. O adubo é obtido por meio do esterco de animais. No centro, deve ficar um reservatório de água e nove círculos ao redor. Uma bomba localizada no centro leva a água para os círculos. Na primeira linha, os animais - é indicado o uso de galinhas - realizam então o controle de pragas.

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